A Playlist de Hayden


Título Original: Playlist for the Dead
Autora: Michelle Falkoff
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 288
Livro: Skoob
Sinopse:
Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava. A PLAYLIST DE HAYDEN é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.



A solidão é um fardo que se torna cada vez mais pesado com o tempo.

A vida de Sam nunca foi exatamente fácil, mas as coisas pioram depois que ele e Hayden, seu único e melhor amigo, vão à uma festa pela primeira vez. O problema é que as coisas fogem do controle durante a festa e, no dia seguinte, Sam encontra seu melhor amigo morto, junto à uma playlist e um recado.


Mesmo os dois sendo sozinhos e enfrentando o bullying juntos, Hayden sempre foi o mais calado e reservado dos dois. Talvez, inclusive, porque um dos membros da Trifeta do Bullying era seu próprio irmão mais velho. No entanto, encontrar seu melhor amigo daquele jeito, chocou Sam. E mais do que tristeza, ele sentia raiva e confusão. Raiva porque ele era o único que o conhecia e, ainda assim, não sabia o porquê. Mais ainda: ele não entendia o comportamento estranho de Hayden, que foi quem deu a ideia de eles irem até a maldita festa, onde tudo deu errado e eles brigaram.

Sam, então, começa a ter algumas alucinações (será?) com seu melhor amigo morto e, de repente, começa a receber mensagens do personagem dele, o Arquimago_Ged, de um jogo de RPG no qual eles passavam muito tempo. Tendo que lidar com isso, na escola ele precisa também lidar com a hipocrisia das pessoas que nunca ligaram para a existência de seu amigo e até faziam chacota dele. E logo após o funeral de Hayden, a Trifeta do Bullying, em seguida, começa a sofrer castigos intensos, como se numa vingança.

Escutando a playlist sem parar e tentando desvendá-la, Sam acaba conhecendo Astrid, uma garota geek e cheia de mistérios e segredos. Ao mesmo tempo, vamos conhecendo mais a fundo a relação de Sam com sua irmã mais velha e sua mãe que trabalha muito, e também como Sam via a relação de Hayden com seus próprios pais dentro de casa. E tudo tem conexão.

A verdade é uma só: a vida de Sam não piorou drasticamente após a morte do melhor amigo. Ele teve sim seu período de luto, e também muitas descobertas, foi um período bem difícil para ele, mas Sam é um personagem forte, e foi como se o choque do que a solidão e o bullying faz desse forças à ele para tentar ser mais forte, fazer amigos e melhorar. É como se ele realmente tirasse aprendizado de tudo o que aconteceu com o Hayden (conforme ele vai descobrindo as coisas, claro).

Eu jamais entenderia o quanto ele se sentiu ferido, confuso e desesperançado a ponto de decidir que não valia mais a pena tentar, e não estava irritado com ele por ele ter decidido fazer aquilo, mas jamais gostaria de sentir o mesmo. E também jamais gostaria de fazer outra pessoa se sentir assim.

A Playlist segue um pouco a linha de vários outros livros do gênero, como Os 13 Porquês, que são deixadas fitas. Drama, bullying, problemas familiares, amizade, tristeza, solidão. São os itens-chave do livro, que nos levam à uma teia de coisas que geraram a atitude de Hayden. Devo dizer que gostei bastante de livro, mas em algumas partes achei o Sam um pouco apático em relação ao que acontecia. Os personagens são bem reais, com seus lados bem-e-mal, coisa que traz o livro mais para a realidade.

A leitura é rápida, o livro não possui tantas falas, mas possui muita reflexão, lembranças e pensamentos de Sam, o que nos faz percorrer com ele tudo o que ele sabe para tentar entender o que de fato aconteceu. Os sentimentos são muitos. Senti angústia, senti raiva, senti a tristeza.

Pra quem gosta do estilo, é um livro que eu recomendo pra ler, refletir e pensar nas nossas próprias atitudes pra, quem sabe, poder ajudar alguma pessoa - que muitas vezes é alguém bem próximo.

É claro que tinha coisas que eu queria ter feito de maneira diferente. Só que não havia como voltar atrás.


Nota: 4




Sobre mim: 
Letícia Proença, médica veterinária, até hoje não sabe como levou a graduação e a paixão por sites e livros lado a lado. Gostaria de saber como aumentar as horas do dia para poder fazer tudo o que gosta.

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