Tempo de reacender estrelas

Título: Tempo de reacender estrelas
Título Original: Il est grand temps de rallumer les étoiles
Autora: Virginie Grimaldi
Editora: Gutenberg
Ano: 2020
Páginas: 288
Livro: Skoob
Sinopse:

Anna tem 37 anos, está separada do marido e as dívidas não param de aumentar. Ela se desdobra para manter o trabalho como garçonete em um restaurante e sustentar as filhas, Chloé e Lily, com quem encontra apenas no café da manhã.
Chloé tem 17 anos. Uma adolescente cheia de sonhos prestes a desistir deles. É por meio de seu blog que vamos conhecendo melhor seus planos e desilusões. Lily, 12 anos, está com problemas na escola e o único a saber disso é Marcel, seu diário, e seu ratinho, batizado com o mesmo nome do pai, Mathias, que abandonou o barco quando ela tinha 5 anos.
Quando Anna se dá conta de que suas filhas não estão bem, ela toma uma decisão inesperada: levá-las em um motorhome, rumo aos países da Escandinávia, para ver a Aurora Boreal.
Uma história emocionante sobre as relações familiares, os encontros e desencontros de gerações e, acima de tudo, sobre o amor.
Anna é divorciada e trabalha o dia inteiro em um restaurante para ter condições de pagar as contas. Quando o chefe resolve demiti-la por um motivo completamente injusto, o mundo de Anna desaba em suas costas. O salário nunca foi suficiente para deixar tudo em dia, e ela se afunda em dívidas. Então ela conversa com o ex-chefe, e consegue um valor na rescisão que seria capaz de quitar todas as suas dívidas e ficar em paz por um tempo até encontrar outro trabalho. Mas agora, estando com tempo livre e ficando mais em casa, ela vê como suas filhas estão perdidas, sem rumo e precisando de sua ajuda. E ela pensa que aquele dinheiro poderia ter uma serventia melhor, diferente e mais necessária. 

- Ouça seu coração, ao menos uma vez. Siga seu instinto. Está com vontade de ir embora, vá. Talvez não seja a solução, mas você tem outra?

Chloe
tem 17 anos e está no auge da adolescência, com os hormônios à flor da pele, sentindo tudo com maior intensidade, e também cometendo erros. Sua mãe quase não fica em casa pra dar atenção, seu pai não vê há anos, e devido à carência, ela procura satisfação nos lugares mais impróprios: drogas e sexo.

Lily tem 12 anos e sofre bullying na escola. Ela não é uma criança triste, nem mesmo compreende direito a forma como agem com ela, mas desabafa tudo em seu diário. 


É nesse cenário que Anna toma a decisão de levar as filhas à uma viagem. Juntas, elas vão conhecer diversos lugares, e também pessoas muito queridas. No início é difícil, a relação entre elas já não é mais a mesma, há muita mágoa e segredos, mas aos poucos elas vão se reconectando e lembrando que, acima de tudo, são uma família. 


Esse é o livro que veio na caixa de setembro do Turista Literário. A obra é francesa e fez muito sucesso por lá. Ainda não conhecia a autora e gostei da narração, às vezes com um toque de humor. Só senti falta de mais “sentimentos”. As personagens os expressavam, Anna e Chloe até mesmo choraram em algumas passagens, mas acho que não alcança direito o leitor. Tive a impressão de uma leitura meio robotizada.

Confesso que não é um livro que eu escolheria por vontade própria, gosto de dramas familiares, mas não é um gênero que me atrai 100%. Ainda assim, foi uma leitura proveitosa. Gostei de conhecer Anna e vê-la enfrentando os desafios de mãe. Ela não percorreu uma trajetória fácil, sofria com crises de ansiedade e tinha um parceiro violento. Trabalhava incansavelmente para dar o melhor para as filhas, e deu prioridade à felicidade delas, mesmo sabendo que as dívidas ainda estariam em casa quando voltassem. Se ainda tivessem uma casa para onde voltar. 

Tudo passa, Naná querida. As raivas, as decepções, as preocupações, as alegrias, os cansaços. As únicas coisas que restam, no fim, estejam nesse mundo ou não, são as pessoas que amamos.

Chloe me irritou um pouco com a sua imaturidade, entendo que jovens muitas vezes agem por impulso e se entregam fácil, mas poxa, a menina já tá com idade pra ir pra faculdade. O mínimo que ela devia ter era um pingo de responsabilidade. Mas ela é a típica pessoa carente que faz de tudo por atenção.

Lily é uma garota bem centrada, inteligente e alto astral. E inclusive bem madura pra idade dela, ainda mais do que a irmã mais velha. E também é muito bacana vê-la se aproximando de Noah, um garoto de sua idade com autismo. 

A história traz diversas reflexões e foca bastante na auto-descoberta, além de tratar de temas relevantes. Mostra essencialmente a importância da família nas nossas vidas, e é muito bonito ver Anna, Chloe e Lily encontrando, juntas, o caminho de volta para o que eram, a união e o evidente amor entre mãe e filhas.

Não posso deixar de elogiar o trabalho espetacular da Gutenberg, tanto na edição, quanto nessa capa maravilhosa!! É linda demais gente!
Nota: 4


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 25 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. O que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias, ouvindo música e estando junto do seu taurino favorito.

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