Correndo Descalça

Título: Correndo Descalça
Título Original: Running Barefoot
Autora: Amy Harmon
Editora: Verus
Ano: 2018
Páginas: 349
Livro: Skoob
Sinopse:

Quando Josie Jensen, uma desajeitada menina prodígio da música, conhece Samuel Yates, um garoto confuso e revoltado descendente dos índios Navajos, uma amizade improvável floresce. Apesar de ser cinco anos mais nova, Josie ensina a Samuel sobre palavras, música, sonhos, e, com o tempo, eles formam um forte vínculo de amizade.
Após se formar no colégio, Samuel abandona a cidadezinha onde vivem em busca de um futuro, deixando sua jovem amiga com o coração partido. Muitos anos depois, quando Samuel retorna, percebe que Josie necessita exatamente das coisas que ela lhe oferecera na adolescência. É a vez de Samuel ensinar a Josie sobre a vida e o amor e guiá-la para que ela encontre seu rumo, sua felicidade.
Profundamente romântico, Correndo Descalça é a história de uma garota do interior e um garoto indígena, sobre os laços que os ligam a suas casas e famílias e sobre o amor que lhes dá asas para voar.
Josie Jensen teve que crescer rápido. A mãe falecera quando Josie tinha 13 anos, e a partir de então ela tomou as rédeas da casa. Com um pai devastado e três irmãos mais velhos, Josie era a única mulher. Aprendeu com a tia e com a vizinhança cozinhar, lavar roupa e todas as demais tarefas que não cabiam a uma criança. Com a falta da infância, Josie amadureceu rápido. Seus hobbies envolviam aprendem a tocar piano e descobrir novas palavras em seu dicionário enquanto lia diversos livros.

Sua paixão ela compartilhava com Sebastian, um garoto de dezessete anos que dividia o banco do ônibus com ela no trajeto da escola até em casa. Sebastian era reservado e tinha cara de poucos amigos. Não deixava ninguém se aproximar, principalmente por viverem zombando de sua etnia. Sebastian era navajo, fazendo parte de um povo indígena da América do Norte. Sua mãe era navaja, mas seu pai não, e depois que o pai falecera, a mãe se casara com um navajo que maltratava ela e Sebastian. Querendo fugir das mãos do agressor, Sebastian vai morar com os avós paternos, e junto de Josie, passa a aprender coisas novas e a se surpreender com toda a maturidade e inteligência da garota, que fisicamente parece ser também bem mais velha.

Ao longo de oito meses, Josie e Sebastian vivenciam uma amizade singular e preciosa. Josie nunca teve muito com quem conversar, e Sebastian adora contar à ela lendas navajo, já que embora estivesse longe de casa, não deixava e se orgulhar de sua origem. Mas a diferença de idade entre eles é grande, e somente anos depois, quando Sebastian se torna fuzileiro naval e retorna à cidade, é que Josie compreende que o que sentia por ele era amor.

Dez anos depois, muita coisa mudou. Josie passara por mais uma grande perda, e agora era a vez de Sebastian acolhê-la e retribuir toda a amizade que fora essencial em sua vida. Mas será que eles conseguiriam se entender novamente? E Sebastian, quantos traumas traria da guerra?


Conheci a obra pelo blog da Denise, o Momento Crivelli, e soube na hora que ia adorar a história. Confesso que foi um pouco diferente do que eu imaginava, mas não de um modo ruim. Os personagens não são muito modernos. Ambos possuem suas crenças fortes, ainda mais Josie por frequentar a igreja desde pequena, e há muitos questionamentos ao longo da obra acerca de Deus e fé. Não é meu assunto favorito, não sou uma pessoa religiosa, mas também a autora não pesa no tema. Com isso, também, os personagens são bem certinhos e adultos.

O romance entre os dois quando ainda jovens não é forçado, e isso é muito bonito, porque a amizade deles é completamente natural e verdadeira. Josie ainda não entende o que é amar alguém dessa forma e Sebastian se mantém respeitoso, ainda mais quando pretendia sair em breve da cidade.

Josie tem um crescimento tão grande e rápido que às vezes a gente até duvida que ela tenha mesmo 13 anos. Tanto seus pensamentos como as atitudes são muito avançados. Entendo que ela não tinha outra opção, mas fiquei esperando pelo momento que ela iria se rebelar como uma pré-adolescente faria. Outro ponto é que Josie sofre muitas perdas, e sendo uma personagem de uma alma tão pura, inocente e doce, a gente fica se perguntando por que ela merecia aquilo.

Acaba por ser uma história onde a mocinha é salva pelo herói. Josie estava sempre cuidando dos outros e deixou todos os seus sonhos de lado, e Sebastian volta pra mostrar o quanto ela era capaz e como merecia ir atrás do que ela realmente queria. A cultura navajo também é apresentada em grandes detalhes e foi bem legal de conhecer, já que nunca havia lido um livro que tivesse um personagem indígena.

O livro é bem bonito e terno, um romance que aquece o coração. É um pouco denso, mas como a escrita da autora é ótima, a leitura consegue fluir fácil.

Nota: 5


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 25 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. O que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias, ouvindo música e estando junto do seu taurino favorito.

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