Título: 36 perguntas que mudaram o que sinto por você
Título Original: 36 questions that changed my mind about you
Autora: Vicki Grant
Editora: Galera Record
Ano: 2019
Páginas: 252
Livro: Skoob
Sinopse:

Hildy e Paul têm as próprias razões para participar de um estudo do departamento de psicologia da universidade local que tem o intuito de “facilitar uma proximidade pessoal e, talvez, resultar em um relacionamento”.
O experimento consiste em 36 perguntas, algumas inofensivas, como Quando foi a última vez que cantou sozinho?; outras nem tanto, como Qual sua mais terrível memória? As questões ajudam os dois a desnudar para o outro — e para si mesmos — sentimentos muitas vezes reprimidos.
Segredos são revelados; vulnerabilidades, expostas. Hildy e Paul chegam ao fim do questionário entre risos e lágrimas, e baiacus voadores! Mas a pergunta mais importante permanece: eles se apaixonaram?

Jeff é doutorando de psicologia e cria um experimento com o objetivo de saber o quão próximas duas pessoas, que até então não se conheciam, podem se tornar após 36 perguntas.

As perguntas foram criadas por ele mesmo e além de tratarem de temas diversificados, são profundas e impulsionam a pessoa a refletir antes de responder com sinceridade.

Jeff então junta Hildy e Paul numa sala. Hildy é desastrada e extrovertida, enquanto Paul passa uma impressão mau humorada, além de sua única intenção em participar do projeto é pelo dinheiro que receberão ao final.

Assim então se inicia o teste. São apenas os dois numa sala, e ambos devem responder à todas as perguntas. O que Paul imaginava que seria rápido, acaba se tornando extenso, uma vez que Hildy tem respostas longas pra tudo, além de divagar demais e sempre acabar levando a conversa para outros caminhos.

Ao mesmo tempo, não significa que Paul não goste desse seu jeito, e também pode servir como uma ótima distração para Hildy, que vem tendo grandes problemas em casa.

Mas afinal, 36 perguntas são capazes de fazer uma pessoa se apaixonar pela outra?

A proposta do livro é muito bacana e pertinente, um estudo do estilo seria bem interessante, até porque as pessoas não reagiriam da mesma forma. Hildy por acaso é super falante e bem articulada, o que ajuda com a desenvoltura da história, mas também por muitas vezes me passou a imagem de que ela acreditava que o mundo girava ao redor dela. Particularmente, não gosto de pessoas assim, que vivem falando de si mesmos e achando que os próprios problemas são os maiores que existem.

Paul passou por uma tragédia enorme que vamos ter ciência somente no final do livro, e mesmo assim ele não fez grande caso disso. Sou muito mais o jeito de ser de Paul, reservado, e muitas vezes pessoas opostas se dão bem por serem a balança uma da outra. Mas se eu participasse de um estudo desse, não ia rolar assim, não. O que me deixou bem curiosa pensando como a história se desenrolaria se os personagens tivessem personalidades diferentes.

Achava que todas as questões fossem ser transcorridas na sala, mas não. Eles voltam a se comunicar online com o restante das perguntas, e ao longo disso, acompanhamos o dia a dia de Hildy. Mas honestamente, as partes mais interessantes são as que eles estavam conversando, e me deu aquela vontade básica de pular muitas passagens de “blabla como a minha vida é complicada” da Hildy pra chegar na parte em que eles se viam de novo.

Apesar das ressalvas, é difícil não gostar da obra, principalmente por ter humor e ser leve. Paul é bem engraçado e misterioso e deixa o leitor bem curioso pra conhecê-lo melhor. Um detalhe interessante também é a narração, não há descrições durante as conversas deles, apenas diálogos, e sabemos das suas ações apenas pelo que eles dizem, por exemplo: - Pare de rir!

Não é um livro exatamente profundo, mas ficamos ansiosos pela interação deles, e alguns momentos até mesmo emocionados. Para nós, ávidos por romance, o final é bem abrupto, e apesar de ter uma conclusão, deixa bastante à solta pra nossa imaginação. Eu preferia bem mais que a autora tivesse desenvolvido melhor essa parte, ao invés de discorrer tanto sobre a rotina de Hildy, mas é uma leitura que vale muito a pena para relaxar e refletir!

Afinal, será que se conhecêssemos mais a fundo alguém, mudaríamos nossa opinião e o que sentimos por ela? Fugindo do termo romântico, poderíamos mesmo nutrir mais empatia por alguém, ou mudar totalmente a visão que tínhamos antes? 36 perguntas seriam o bastante pra conseguir esse efeito?

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Sobre mim: Carolina Rodrigues, 25 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. O que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias, ouvindo música e estando junto do seu taurino favorito.