Meus dias com você

Título: Meus dias com você
Título Original: Before you go
Autora: Clare Swatman
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 288
Livro: Skoob
Sinopse:

Quando o marido de Zoe morre, o mundo dela desaba. Mas e se fosse possível tê-lo de volta?
Numa fatídica manhã, Ed e Zoe têm uma discussão terrível, algo recorrente no seu casamento em crise, e ela acaba se despedindo de forma brusca quando ele sai para o trabalho.
Pouco tempo depois, um ônibus acerta a bicicleta de Ed, matando-o e deixando Zoe arrasada por não ter lhe dito quanto o amava. Se tivessem ficado mais um pouco juntos aquela manhã, ele ainda estaria vivo? Será que poderiam ter reconstruído o amor que os unira?
Após dois meses, Zoe ainda não conseguiu se conformar. De luto, decide cuidar do jardim do marido, quando acaba caindo e desmaiando. Então, algo estranho acontece: ao acordar, ela está em 1993, no dia em que conheceu Ed na faculdade.
A partir desse instante, Zoe passa a reviver momentos cruciais de sua vida e percebe que talvez tenha conseguido uma segunda chance: uma oportunidade de fazer tudo diferente, de focar naquilo que realmente importa, de mudar os rumos do relacionamento – e, quem sabe, o destino de seu grande amor.
Ed e Zoe já não estão bem há um tempo. Após mais de dez anos juntos, eles começam a questionar se afinal desejam as mesmas coisas. Sua relação já não é mais a mesma; vivem brigando e mau-humorados um com o outro.

Era apenas mais um dia de trabalho, Zoe estava claramente enfurecida com tudo o que Ed fazia, e ele saiu de casa recebendo uma despedida rígida da esposa. Mas Zoe não sabia o que ia acontecer. Não sabia que horas depois, em seu trabalho, receberia a notícia de que seu marido havia sido atropelado por um ônibus e falecido.

Dois meses depois, Zoe permanece numa depressão profunda. Não vê mais alegria na vida, não vê um propósito, e a culpa a consome. Ela nem mesmo disse que o amava, e agora ela não tinha como voltar atrás.

Mas e se tivesse como?

Após sofrer um acidente em seu próprio jardim, Zoe acorda sem saber onde está. Olhando ao redor, ela reconhece aos poucos o cômodo, mas não seria possível. Aquela era a casa onde morava com os pais pouco antes de ir para a faculdade. Ela estava sonhando?

Zoe não sabe quanto tempo aquela ilusão iria durar, então resolve aproveitar o máximo dela e reviver aquele dia. Vê sua mãe chorando discretamente pela partida da filha, e se dá conta de como pouco ligou para aquilo no passado. E enquanto o tempo vai passando, ela percebe que está de fato revivendo o dia em que conheceu Ed.

Aquilo significava que ela estava tendo mais uma chance? Ela conseguiria mudar o passado, para o destino de Ed ser diferente?


Eu sabia que esse livro ia ser pesado. Sendo livro da editora Arqueiro, e com uma capa e premissa comovente a la Uma Curva no Tempo, não tinha como ser outra coisa.

Confesso não ter me emocionado tanto quanto com outros livros semelhantes de drama, mas vou explicar o porquê. Nós já sabemos que Ed morre. Isso nos é apresentado logo de início. Essa informação não nos impacta muito; ainda não conhecemos os personagens, sua história, seu amor. São apenas duas pessoas que estão passando por um momento ruim, que se torna ainda pior com a morte de um deles. Mas a gente já vem preparado pra isso por conta da sinopse.

A obra se passa 99% no passado. Conhecemos a Zoe de agora, com 30 e poucos anos, entrando na faculdade aos 18 anos, e tendo que se comportar da mesma maneira que a adolescente que ela era, embora sua cabeça seja ainda a de hoje, dos 30 anos. Quem nunca pensou nisso, não é? “Ah, se eu pudesse voltar no tempo, com a cabeça que eu tenho hoje”.

- Edward, eu amo você mais do que qualquer outra coisa em todo o mundo. Você é a minha calmaria em meio ao caos, minha alegria nos momentos tristes. Você é tudo para mim.

O livro não se torna tedioso pois Zoe revive apenas os dias que tiveram momentos significativos, então ela pode mudar a linha do tempo através deles. Conhecemos Ed pela primeira vez, o dia em que eles se beijaram, o dia em que ele resolveu que ainda eram muito novos para definirem um relacionamento sério, e com isso os anos vão passando em saltos, a levando para conversas que deveriam ter tido e não tiveram, momentos em que Zoe respondeu de uma maneira errada, momentos que de fato poderiam fazer a diferença no futuro.

O que me incomodou é que os anos iam passando, os eventos acontecendo, e nada mudava. Apesar dos melhores esforços de Zoe, ela ainda se deparava com dias em que houveram brigas, e eles continuavam vivendo os mesmos dilemas. Ed ainda relutando para casar, Zoe ainda relutando para aceitar em ter filhos. A essa altura, eles já não deveriam ter superado todas essas desavenças? Principalmente por parte de Zoe, que sabia o que estava em risco.

Inclusive, é emocionante as cenas em que Zoe está com Ed. Ela o ama, e faz questão de lembrá-lo disso todas as vezes em que estão juntos, pois sabe que pode ser a última. Ela não sabe em que ano estará quando o dia acabar, então ela precisa aproveitar cada segundo para expressar seu amor e tentar fazer Ed feliz. E quanto mais próximo eles chegam do dia fatídico, é difícil pra ela de controlar as lágrimas, e é terrível nos colocarmos na posição dela, tentando impedir uma pessoa que amamos de morrer, revivendo toda sua vida mais uma vez, mas sozinha. Sua melhor amiga, seus pais, seu marido, ela não pode contar a ninguém, pois não acreditarão nela.

Então é triste, sim, mas eu fiquei mais curiosa em conferir o que ia acontecer no final, do que querendo chorar com toda a trajetória. E olha que eu sou bem manteiga derretida, me acabei lendo Uma Curva no Tempo.

Há momentos em que eu só queria que o tempo parasse e que nada, nem mesmo o mais ínfimo detalhe, mudasse.

Não posso contar o final, embora eu queira muito (aaaa!!!!), mas só posso dizer que não gostei. Assim que as páginas finais iam se aproximando, eu já tinha entendido como tudo ia se desenrolar. Juro que coloquei o livro de lado, fechei os olhos e pensei: Não acredito.

Qualquer coisa que eu for falar referente ao fim vai ser um spoiler, então meus dedos são um sigilo, mas quem já tiver lido a história e quiser dar sua opinião nos comentários, sinta-se à vontade!

O livro poderia muito bem ter como trilha sonora a música Pais e Filhos do Legião Urbana: É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.

E é isso. Essa é a lição do livro. Precisamos dar valor a quem temos do lado. Precisamos abraçar nossos pais, filhos, namorados e amigos, porque nunca sabemos quando será a última vez. É uma lição que sempre esquecemos, e só vamos lembrar quando é tarde demais.

Não é um livro para quem está procurando se distrair, mas traz uma mensagem importante que nos faz refletir bastante. O final não me agradou, mas eu gostei da história, trata de problemas comuns entre casais, como a rotina pode tornar as coisas desgastantes, os desentendimentos diários, e como conversar é uma questão essencial nas relações.

Nota: 4


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 25 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. O que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias, ouvindo música e estando junto do seu taurino favorito. 

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