Um Amor de Inverno

Título: Um Amor de Inverno
Título Original: A Winter’s Tale
Autora: Carrie Elks
Série: As Irmãs Shakespeare - #2
Editora: Verus
Ano: 2019
Páginas: 320
Livro: Skoob
Sinopse:

Pode estar nevando lá fora, mas, em uma cabana de madeira no meio da floresta, as coisas estão definitivamente quentes...
A estudante de cinema Kitty Shakespeare está determinada a aproveitar ao máximo seu novo emprego como babá. Pode não ser exatamente a carreira que ela esperava quando mudou de Londres para Los Angeles, mas, graças ao hábito de travar em entrevistas, esta pode ser sua última chance de impressionar um dos maiores produtores de Hollywood ― se ela conseguir cuidar do filho dele direito, certamente o homem vai olhar para ela com mais atenção.
Pelo lado positivo, há muita neve na casa da família nas montanhas e ela sempre adorou crianças. Mas Kitty não contava se envolver com a família problemática do chefe, nem se sentir atraída por Adam, o irmão sexy e recluso. Adam Klein pode ser lindo, mas também é bruto e grosseiro e não está pronto para cair de quatro pela babá ― não depois do ano que ele teve. Tudo o que ele quer é se enfiar em sua cabana na floresta e se esconder do irmão que destruiu sua vida. Se ao menos ele conseguisse ignorar a maneira como Kitty faz seu coração disparar... Isso está longe de ser amor à primeira vista ― mas desde quando o caminho para um final feliz digno de cinema acontece sem tropeços?
Um Amor de Inverno é mais um romance de aquecer o coração da série As Irmãs Shakespeare. Quatro irmãs, quatro histórias... quatro maneiras de encontrar o amor verdadeiro.

Kitty Shakespeare é a caçula da família. Sua mãe falecera cedo, e suas irmãs, Cesca, Lucy e Juliet moram todas em cidades diferentes. Isso não é exatamente um problema, já que elas sempre marcam um horário para se encontrar e conversar via Skype.

Enquanto isso, Kitty divide um apartamento com mais três garotas da faculdade. Estudante de cinema, ela trabalha à noite em um restaurante e nos horários vagos entre o emprego e as aulas, ela segue sua busca por um estágio na área. Acontece que Kitty tem muita dificuldade em falar em público, principalmente em entrevistas, e as cartas de rejeição se acumulam em sua mesa. Sua nova tentativa é com um dos maiores produtores de Hollywood, Everett Klein. Quem a entrevista é seu ajudante, Drake, que dez minutos depois pede licença para atender uma ligação e encerra a entrevista por ali mesmo.

Kitty já tem uma grande noção que mais uma chance fora desperdiçada, até que recebe um telefonema de Mia, esposa de Everett. Na entrevista, Kitty contara que já trabalhou como babá, e Drake repassou a informação para Mia, que estava atrás de uma temporária. Mia e Everett eram pessoas muito ocupadas, e precisavam de alguém para tomar conta de seu filho, Jonas, durante as festividades de Natal.

A princípio, Kitty fica confusa. Ela precisava de um estágio de cinema, não mais um trabalho de babá, mas talvez aquela fosse uma ótima oportunidade de se aproximar do famoso Klein e conseguir uma vaga. Sendo assim, ela topa.

O casal pretende passar o Natal com a família nas montanhas, e é para onde Kitty vai. O tempo no local é completamente diferente, a neve cai pesada, e com a nebulosidade, Kitty não vê o cervo passando na frente de seu carro. Ela acaba o atingindo e, sem sinal no celular, não sabe o que fazer para sair de lá ou como ajudar o pobre animal.

Era como se, pela primeira vez, fosse a protagonista de sua própria história, no centro do seu universo, e gostou disso. Talvez um pouco demais.

Para sua sorte (ou não), uma caminhonete aparece e o homem a ajuda. Só que o homem é grosseiro, a trata com rispidez, e eventualmente, ela acaba descobrindo que ele é o irmão de Everett. E não apenas isso: Ele é Adam Klein, o produtor de documentários que fez o maior sucesso pela sua capacidade de revelar grandes farsas.

Mas aquele não parece nem de longe ser o Adam Klein dos vídeos. Com a barba longa, mau humorado e morando em uma cabana, afastado de toda a família e da sociedade, ele parece alguém recluso que passou por grandes perrengues.

Depois de alguns encontros mal resolvidos entre eles, Adam reconhece que está sendo um babaca e direcionando sua raiva pra pessoa errada, e vai se desculpar com Kitty. Ele explica que entrara numa briga feia com Everett e que a polícia fora acionada. O acordo para que ele voltasse para casa era que ele consultasse um terapeuta por uma quantidade determinada de meses, e só então, caso o terapeuta achasse que seu nervoso havia sido controlado, ele poderia voltar a fazer os programas e voltar para Los Angeles.

Por isso, o ambiente na casa dos Klein era tão pesado. Haviam segredos guardados entre os irmãos, inclusive o motivo da briga, que nem mesmo seus pais tinham conhecimento. E pela aparência e jeito de Adam, ele não parecia a fim de voltar à sua vida antiga.

Mas o que teria acontecido, afinal? Ao mesmo tempo em que Adam havia claramente construído um muro de proteção ao seu redor, Kitty sempre era capaz de arrancar um sorriso seu e de trazer o melhor que havia em Adam, aquele garoto simpático e de bom coração que sempre fora, mas que há alguns anos havia desaparecido.




Meu primeiro contato com a escrita da Carrie foi através do primeiro volume de As Irmãs Shakespeare, que conta a história de Cesca e Sam, um ator bem famoso, na Itália. A história deles também começa com um certo ranço, um odiando e provocando o outro, até que eles se vêem atraídos e o romance começa a se desenrolar.

Eu honestamente pensava que a história de Kitty fosse seguir um rumo diferente. Ela tem um jeito doce e carinhoso, e fiquei surpresa de encontrar faíscas entre eles logo no início. O temperamento de Adam não é nada legal, é bem bipolar, uma hora está todo animado, agindo como um adolescente, e no outro está correndo dela e a magoando. É aquele papo de “não quero ficar com você porque sou um babaca e você merece coisa melhorar”, mas se esforçar pra deixar de ser um babaca, pra que né? Ele vai se dar conta disso lá pra metade pro final, e quando paramos pra olhar de fora, é triste ver como isso acontece muito na vida real também, a pessoa te magoa, depois volta arrependido e você está sempre lá de braços abertos pra receber de volta. Relacionamentos não deveriam ser assim, independente do que a pessoa possa ter passado e da dificuldade que ela possa ter em confiar nas pessoas de novo. A outra pessoa não tem culpa disso.

Enfim, reflexões à parte, eu já sabia que a obra iria fluir com facilidade devido à narração da Carrie. Sua escrita é espetacular, é uma leitura bem gostosa mesmo, eu andava travada nas leituras e foi maravilhoso encontrar uma assim leve, consegui finalizar em um dia (porque também estava na pressa), mas é daqueles tipos de livro que você pode desfrutá-lo com calma e se envolver da mesma forma.

Kitty e Adam são os principais, mas os personagens secundários como Annie, a governanta da casa, e Jonas, são super importantes e também muito amáveis. Adorei a interação de Annie com os demais, era como se ela também pertencesse à família, e o coitadinho do Jonas que só queria atenção da família, era sempre negligenciado pelos pais, que só pensavam no trabalho e no dinheiro. Deu muita pena acompanhar certas cenas, assim como era bacana acompanhar seus momentos junto à Kitty, Adam, Annie e os avós.

Kitty é uma pessoa muito altruísta, sempre pensando primeiramente nos outros. Até certa parte do livro, ele nem faziam ideia da vida dela, porque ela estava sempre preocupada neles e em seu bem estar. Gosto de pessoas assim, que não vêem necessidade de falar de si mesmo o tempo inteiro, e essa característica pra mim foi super positiva na personagem. E Adam já tive uma relação de amor e ódio, ele é explosivo, se algo não lhe agrada já deixa isso claro, e ficou de birra com o irmão por muito tempo, e esse seu orgulho acabou prejudicando o Natal de toda a família. Pra no final, tudo ser resolvido com tanta simplicidade.

O lar não é onde está seu sangue. Nem mesmo onde está seu coração. O lar é onde você se sente aceito, amado, em paz. O lar se parecia estranhamente com Adam Klein.

As coisas também demoram um pouco pra acontecer. O casal até que fica junto rápido, mas depois disso, acompanhamos várias noites deles juntos na cabana, a troca de palavras, amor e carinho, e a dúvida percorrendo a mente de ambos, já que acabando as festas, Kitty iria embora. Confesso que achei essa passagem um pouco cansativa e longa demais, são 320 páginas que a autora poderia ter discorrido tudo em menos e ido direto ao ponto. Para os românticos de plantão, as cenas são muito bonitas e a paixão entre eles palpável e convincente, Kitty realmente mudou a vida de Adam por completo, mas como eu estava na pressa, senti algo do estilo: ok, já entendi que eles se amam, dá pra contar logo o que aconteceu pros irmãos terem brigado?

Num geral, gostei bastante da obra, o clima de neve e frio te faz viajar na mente e se sentir no lugar deles, e a escrita da Carrie torna muito fácil imergir na história. Infelizmente não fiz resenha do primeiro volume, mas esse segundo eu gostei até mais, e é possível ler sem ter conferido o anterior, você só vai pegar alguns spoilers quanto ao casal do primeiro volume, se não se importar. Mas é uma série que eu super indico e já quero o terceiro volume!

Nota: 4


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 24 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. O que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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