#TOCANDOTERROR - Príncipe Drácula


Oie, galera!

Halloween chegando, o especial terminando (minha tristeza, alegria de vocês), e pra hoje temos a resenha de um livro esplêndido!

#TOCANDOTERROR é um especial de terror para o mês do Halloween organizado por mim e pela Nana do Canto Cultzíneo. Acompanhe as postagens no Canto também!


Título: Príncipe Drácula
Título Original: Hunting Prince Dracula
Autora: Kerri Maniscalco
Série: Rastro de Sangue - #2
Editora: DarkSide
Ano: 2019
Páginas: 424
Tradução: Ana Death Duarte
Livro: Skoob
Sinopse:
Audrey Rose Wadsworth está longe de ser uma típica donzela em perigo da era vitoriana. Com um bisturi em mãos e um olhar clínico para decifrar os segredos dos mortos, ela foi peça-chave na solução do caso de Jack, o Estripador. Agora, um outro assassino em série ameaça espalhar terror — enquanto drena cada gota de sangue de suas vítimas.
Os leitores apaixonados por mistérios e aventuras percorreram as vielas sombrias de Londres em Rastro de Sangue: Jack, o Estripador. E pediram mais. Afinal, boas histórias costumam deixar qualquer um com sede. Em Rastro de Sangue: Príncipe Drácula, novo lançamento da linha DarkLove, da DarkSide® Books, sede é o ingrediente principal.
Audrey Rose — acompanhada de Thomas Cresswell, o irritante, porém charmoso, aprendiz de seu tio — embarca em uma viagem ao coração sombrio da Romênia, lar de uma das melhores academias de medicina forense da Europa... e também do terrível Vlad, o Empalador, cuja sede de sangue virou lenda e transformou seu castelo em um antro de horrores.
Quando corpos surgem completamente drenados dentro da academia, desafiando a lógica e a razão, Audrey Rose precisa enfrentar os fantasmas do passado para seguir seu faro investigativo. Mas o tempo urge, e qualquer um pode ser a próxima vítima.
O segundo livro da série Rastro de Sangue é a combinação perfeita de ficção histórica, mistério, romance e girl power. Enquanto guia o leitor por mais uma investigação de tirar o fôlego, Kerri Maniscalco apresenta novos personagens cativantes, aprofunda o relacionamento entre os que já conhecemos e deixa pistas do que está por vir nos próximos livros.
Tudo isso em uma ambientação gótica que honra as obras dos mestres Edgar Allan Poe e Bram Stoker, sem contar as cenas de medicina forense que se aproximam dos livros da linha Crime Scene, como Arquivos Serial Killers e O Segredo dos Corpos. Recomendado também para os amantes de csi, mindhunter e do terror gótico de Penny Dreadful.
Rastro de Sangue: Príncipe Drácula é o segundo livro de uma série de quatro volumes. E a edição é feita sob medida para os leitores exigentes da DarkSide®, com capa dura, marcador de fita e as doses certas de aventura e romance que só os títulos da linha DarkLove podem proporcionar. Você está pronto para ouvir os ventos uivantes do castelo de Drácula e desvendar os seus segredos?

1. Jack, O Estripador.
2. Príncipe Drácula

Depois dos eventos transcorridos em sua cidade natal envolvendo Jack, o Estripador, Audrey Rose junto de seu amigo (ou mais do que isso) Thomas conseguem convencer o pai da garota a irem para a academia forense na Romênia estudar os mortos.

Audrey Rose não é uma dama qualquer da era vitoriana. Seu grande fascínio envolve autópsias, e ela sabe comandá-las muito bem, uma vez que treinara bastante no laboratório de seu tio. Thomas também era um de seus alunos, e foi através desses conhecimentos que eles investigaram as vítimas de Jack e também conseguiram pegá-lo.

Eu precisava parar de me preocupar com assassinos caçando pela noite. Estava ficando obcecada, transformando cada sombra em um demônio sugador de sangue, quando tudo não passava de uma simples ausência de luz.

Audrey ainda está fragilizada após as descobertas, mas não deixa que ninguém perceba. Ela é incrivelmente forte e corajosa, e sua inteligência unida da língua afiada a impede de levar desaforos. Retruca a todos que a consideram incapaz de exercer a função apenas por ser do sexo feminino, e responde até mesmo à Thomas, que adora tirá-la do sério propositalmente.

O sonho de Audrey sempre foi ser aceita à universidade, e agora finalmente estava à caminho, acompanhada de Thomas. Mas se ela esperava estar livre de assassinatos e confusão, estava muito enganada. Logo no trem em direção à Romênia, um homem é morto e provoca pânico nos passageiros. E para piorar a situação, desde Jack, Audrey vem tendo alucinações. Ela sabe que a chance de ele estar por perto não é real, mas sua mente permanece acesa e criando ilusões associados aos seus medos.

Quando Thomas segurou minhas mãos nas dele, eu soube que não se tratava de um fruto da minha imaginação. Alguma coisa sombria e muito real estava no trem conosco.

Quando enfim chegam à universidade, os dois jovens levam um banho de água fria. O diretor, ríspido e claramente controverso quanto à presença de Audrey em suas aulas, informa que há apenas 2 vagas para o curso e que eles e mais alunos terão apenas 2 semanas para se provarem dignos dessas vagas. Isso já os desanima de imediato, mas ambos são perseverantes e não se deixam ser intimidados pelo diretor.

No dia seguinte, eles são apresentados aos demais alunos, um deles sendo ninguém mais, ninguém menos que o príncipe da Romênia. E Audrey, que acreditava estar completamente sozinha naquele lugar, exceto pela companhia de Thomas, se torna amiga de Anastasia, a protegida do diretor que também mora no castelo.

As aulas de início são empolgantes, porém não duram muito tempo até que novos assassinatos aconteçam. Dessa vez, as vítimas possuem uma característica extremamente peculiar. Elas aparecem com o corpo inteiramente desprovido de sangue e com marcas de dentes no pescoço. Radu, um de seus professores, gosta de contar lendas e mitos, como, por exemplo, sobre os strigoi, almas atormentadas dos mortos que saem dos túmulos, e toda a crueldade de Vlad, o Empalador, que assombrou a Romênia durante um bom tempo. Além do mais, é naquela região que habita o castelo de Vlad Dracul, e dizem que almas e seres sugadores de sangue ainda rondam os bosques. Mas até onde seria ficção e o quanto de toda aquela história seria realidade? Como era possível drenar todo o sangue de uma pessoa e não deixar rastros? Vampiros não existiam, afinal de contas.

"Você olhou na cara nojenta do Medo e o fez tremer. Você vai superar isso, Wadsworth. Nós vamos superar. Este é um fato mais tangível do que qualquer sonho ou pesadelo. Eu prometi que nunca mentiria a você. Pretendo honrar a minha palavra."
Eu não conseguia deixar de encarar a crescente mancha de sangue.
"O mundo é malévolo".

Além de todo o tumulto e pavor causados pelo mistério, Audrey também está brigada de Thomas, por ele sempre tentar protegê-la de alguma forma. Ele sabe que ela gosta de ser independente e sabe se defender sozinha, e o fato de Thomas não respeitar sua opinião a magoa. O distanciamento entre eles é cruel, uma vez que ambos sentem falta um do outro e o sentimento de algo além da amizade é mútuo. E acima de tudo, eles precisam estar juntos nessa contra todas as mortes, e unirem forças para encontrar o responsável.

E quem seria, afinal de contas? Qual era o intuito do assassino, e como ele selecionava suas vítimas? Seria possível Drácula estar de volta?



Eu me apaixonei pela escrita da Kerri em Jack, o estripador. Suas descrições são impecáveis, somos inseridos perfeitamente no cenário e nos sentimos dentro de um filme de suspense. Por isso, dificilmente posso considerá-lo um livro de terror, mas como se trata de mortes e figuras famosas que causaram tantas atrocidades, podemos classificá-lo também como do gênero.

O que a autora fez com o primeiro volume foi algo extraordinário. Muitas são as versões, teorias e histórias a respeito de Jack e sua real identidade, e o que Kerri fez foi adaptar uma história real e encaixá-la em sua obra junto de seus personagens fictícios, embora algumas das vítimas retratadas tenham sido baseadas nas verdadeiras e nos relatos.

Já em Príncipe Drácula, a pegada é outra. Claro, temos também a história real do vampiro Drácula, mas eu senti que esse volume foi bem mais fictício. Ficamos bem distantes das vítimas e do próprio assassino, é difícil especular e imaginar quem pode ser o vilão. Eu ao menos fiquei tão perdida quanto Audrey, e esse é outro ponto. Infelizmente, temos muita enrolação. Mesmo o desentendimento entre ela e Thomas parece proposital, e eu senti que a personagem estava andando em círculos, sem focar no que realmente importava.

"Concentre-se em como eu sou belo. Em como você quer pressionar seus lábios nos meus. E, definiivamente, não entre em pânico, Wadsworth. Se você gritar, eu vou me juntar a você, e então nós dois estaremos encrencados."

Audrey também trata Thomas muito mal. Ele é maravilhoso, sempre fazendo graça e flertando, e Audrey só sabe dar patada nele. Mas é assim que funciona, né? Quanto mais desinteresse mostra, mais interessada a pessoa fica. Nota: Não deveria de forma alguma ser assim. E isso me incomodou, quando eu achei que ia rolar um pouco de romance, a autora vai e corta a graça deles. Poxa vida! A doida por romance aqui não curtiu hahaha.

Também confesso que eu esperava mais da universidade. Imaginava que seria algo grande, com diversos alunos, mas duas vagas só? E as aulas também são divididas basicamente em três matérias. Queria um desenvolvimento melhor, e isso influenciou na leitura ser mais lenta do que a anterior (também porque eu ando bem sem tempo e pegar o livro aos picados é sempre péssimo, arruína toda a leitura e nosso envolvimento com ela).


Quanto à edição, eu não tenho o que me queixar, pra variar. A DarkSide arrasa, seus livros são impecáveis, sempre os mais bonitos e bem produzidos. O livro possui capa dura, um mapa logo na página inicial e outro na final, e em algumas páginas contamos com ilustrações que nos deixam a par de como se parece visualmente a academia ou as salas.

Apesar de não ter atendido à todas as minhas expectativas, Príncipe Drácula ainda é uma obra maravilhosa de se acompanhar. Assim como o volume anterior, a história envolve muita ciência, perícia forense e investigações criminosas, perfeito pra quem curte um suspense policial ou mesmo medicina forense, e o maior detalhe que diferencia a série das demais: temos uma protagonista mulher em pleno século XIX lidando com corpos, sangue e muita morte. Quer mais badass do que isso?


Mais do que recomendo a obra, acompanhar Audrey Rose e Thomas estudando suas pistas é sensacional, e mal vejo a hora de ter o terceiro volume em mãos! Inclusive, eu to é muito feliz de saber que não é apenas uma trilogia, o quarto volume até mesmo já tem capa lá fora!

Nota: 5


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 24 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. O que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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