Série A Seleção


Títulos: A Seleção | A Elite | A Escolha
Autora: Kiera Cass
Série: A Seleção
Editora: Seguinte
Ano: 2012 | 2013 | 2014
Páginas: 368 | 354 | 352
Livro: Skoob | Skoob | Skoob
Sinopse:

Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer, por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto.
Um dia, America topa se inscrever na Seleção só para agradar a mãe, certa de que não será sorteada para participar da competição em que o príncipe escolherá sua futura esposa.
Mas é claro que seu nome aparece na lista das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma...


Olá, dragões! Como estão?

Bom, hoje vou trazer pra vocês mais uma resenha de uma série, ao invés dos livros separados, como já fiz com Bruxos e Bruxas. Pois bem, não sei se vocês sabem, mas há muitos anos a Carol já fez a resenha do primeiro livro, A Seleção. Então, vou pegar um pouco da resenha dela que vocês podem ler, e continuar a falar do resto da série.

Alguns de vocês já devem estar pensando Oh Letícia, a série tem 5 livros, viu?, e eu sei, eu sei. Mas vou fazer duas resenhas separadas, visto que o #4 e o #5 são livros que se passam 20 anos depois dos acontecimentos dos três primeiros e até o ponto de vista é diferente! Sem mais delongas, vamos lá.

Illéa é um país ainda jovem, dividido por castas. Vai desde a casta 1, a mais rica, até a 8, a mais miserável. América e sua família pertencem à casta 5, e mesmo com todas as dificuldades financeiras, são bem felizes juntos. Cada casta basicamente corresponde a um tipo de serviço, e a dela é a que se dedica à arte e música. Embora não possam se comparar ao nível da 8, ainda assim eles tem que fazer um grande esforço pra economizar e comem pouco, mesmo que todos os membros da família trabalhem, menos o irmão mais novo de América.

Quando sua família recebe uma carta, a mãe de América vê todas as soluções de seus problemas ali. É uma carta que foi entregue a todas as famílias que tenham alguma mulher entre dezesseis a vinte anos, para se candidatarem a casar com o príncipe da casta 1. Portanto, todas que quiserem participar, irão passar por uma Seleção, onde o príncipe terá contato com elas, e no final, ele decidirá com qual quer casar. Ou seja, a família da moça consequentemente ficará rica também e subirá de casta.

Mais especificamente, de todas que se inscreverem, 35 garotas são selecionadas aleatoriamente para irem ao Palácio para participarem da Seleção, verdadeiramente, onde terão contato com a Família Real e o príncipe Maxon, o futuro marido de uma delas. A questão é que America não quer fazer parte da seleção. Isso nunca nem passou pela cabeça dela, até sua família e seu então namorado insistirem tanto - e ela se inscreve. E antes mesmo de sair o resultado, Aspen o menino da Casta 6 que ela namorava escondido, termina com ela, numa maneira de tentar fazê-la ir em frente e se dar melhor na vida do que ele.

Quando está lá dentro, no entanto, America resolve participar da seleção o máximo possível, visto que a cada semana que ela passa lá, sua família recebe um "salário" (uma garota que faz parte das 35 selecionadas não pode manter sua família na miséria, segundo a lógica da família real). Por mais que ela tenha um sério preconceito com algumas garotas de castas superiores e com o próprio príncipe, em pouco tempo no palácio ela começa a perceber que, talvez, as coisas não sejam como ela sempre pensou que fossem. E que o príncipe era, na verdade, uma pessoa realmente boa.

Mas nem tudo são rosas e vestidos pomposos no palácio da realeza. Cada vez mais há ataques de grupos rebeldes do norte e do sul, e alguns deles chegam a conseguir entrar e atacar nas salas do palácio, gerando uma verdadeira confusão e, às vezes, mortes.

"Nunca pensei em questionar a ausência de verdades até dar de frente com ela. Por que o rei queria que tivéssemos apenas uma vaga noção dos fatos?"

Devo ser sincera que li o primeiro livro inteiro esperando ela começar a aprender a lutar, se juntar ao grupo rebelde ou algo do gênero. É realmente impossível começar a ler sem esperar alguma coisa no estilo Jogos Vorazes e, principalmente, Rainha Vermelha. E foi muito difícil não ver alguma cena de ação que envolvesse ela pegando algum arco-e-flecha ou soltando raios pelas mãos.

Apesar da porcaria do triângulo amoroso que eu sabia que ia ter assim que li a descrição de Aspen (o garoto moreno dos olhos verdes sempre fica de lado, né Gale), o meu nervoso com essa história só durou até a metade do segundo livro. Claro, CLARO que America continua pensando em Aspen, principalmente quando o óbvio acontece - ele vai trabalhar no palácio. Mas eu gostei como não se tornou aquela coisa massante, ou irritante nível não-me-importo-com-os-sentimentos-alheios (tipo Katniss).

America é uma personagem que eu gostei mesmo. Ela faz coisas erradas? Claro. Mas ela sempre está pensando nos outros. Tudo o que ela faz, é por amor às pessoas próximas à ela ou pela justiça. E aquele é um mundo que precisa de justiça. O maior problema dela é, acreditem, a falta de autoestima e autocredibilidade - o que gera todo um problema no #3 livro.



A crítica social é bem clara na série. As dificuldades das diferenças sociais gritantes entre cada Casta, o fato de tantos Dois ou Três pensarem que os Seis e Sete só servem mesmo para servi-los. E mais ainda: um povo que não sabe sua história, está fadado a repeti-la. Vamos focar aqui: o livro se passa num futuro, após uma Quarta Guerra Mundial, onde os países possuem novas fronteiras e novos sistemas políticos e, ainda assim, nós voltamos para a Monarquia? Como foi que isso aconteceu?

E conforme lemos, as dicas estão todas ali. O povo não lê. O povo não tem educação. Há livros e mais livros que são proibidos. Inclusive, um livro surrado de História de antes da Guerra que o pai de America mantinha escondido. Os nossos livros de história atuais, proibidos. O que faz governantes não quererem que o povo saiba da história? Não quererem um povo educado? Acho que mesmo hoje, olhando a situação do Brasil, sabemos a resposta.

"Como uma história inteira poderia ter sido esquecida? Como é possível que ninguém jamais tenha falado dos antigos países? Onde estaria toda essa informação? Por que ninguém sabia?"

Então, apesar de não soltar raios pelas mãos e não ser a rainha do arco-e-flecha, America tem armas muito maiores: amor, compaixão e empatia.

E são com essas armas que chegamos em A Elite, que nada mais é do que a Seleção em sua reta final, com apenas seis garotas selecionadas, elas são a elite. E America, para desgosto do rei, está entre elas.

No entanto, como toda síndrome do segundo livro, esse é o mais fraquinho da série, porque, como citei ali em cima... Triângulo Amoroso. Então é aqui que as coisas ficam mais decisivas. E, pra isso, claro, há sempre muito drama e muito choro. Mas, nos intervalos, muito mistério a respeito dos rebeldes e do que aconteceu com a história do mundo para chegarmos numa monarquia.

Outro ponto legal da seleção, é que quando chegamos na elite, as meninas se tornam cada vez mais próximas ao mesmo tempo que há muita intriga e brigas para saber quem é a mais íntima de Maxon, quem está mais perto de ser escolhida. E, mesmo com isso, elas precisam participar de recepções e dos programas de televisão que transmitem a seleção para toda Illéa.

– Como é amar? – perguntou May.
Parte de mim ficou magoada. Por que ela nunca tinha me perguntado isso? Depois me lembrei: para May, eu nunca tinha amado.
Lucy abriu um sorriso triste.
– É a coisa mais maravilhosa e terrível que pode acontecer com você – afirmou com simplicidade. – Você sabe que encontrou algo incrível e quer leva–lo para sempre consigo. E um segundo depois de ter aquilo você fica com medo de perder.
Deixei escapar um suspiro. Ela estava completamente certa.
O amor é um medo belo.

Temos, então, A Escolha. Onde, sim, pasmem, o triângulo amoroso "continua" - é só um monte de baboseira e drama, honestamente. Apesar de tudo, eu gostei bastante. Tiveram alguns acontecimentos que passaram de maneira tão corrida que eu fiquei em choque e voltei pra ler, bem estilo "ela escreveu assim mesmo?", mas sim, ela escreveu assim mesmo.

O que temos que ter em mente, aqui, nesse desfecho, que é Kiera, desde o início, sempre focou no romance e nas amizades e bem menos no drama-da-história e rebeldes-de-norte-e-sul. Então, quando algumas coisas passaram quase que batidas, eu não me surpreendi. Mas nem por isso deixei de chorar (o relacionamento de America com a família dela é sempre o que me fazia chorar). Sendo assim, não fiquei tão surpresa de maneira negativa, como vi tantas pessoas reclamarem.

A série é muito mais infanto-juvenil do que as outras distopias que estamos acostumados a ler, como citei acima, sem poderes e arco-e-flecha. Então eu imagivana que, mesmo quando tudo se esclarecesse, que quando houvesse alguma revelação a respeito dos rebeldes, o foco sempre seria o relacionamento de Maxon e America. E Aspen.

De qualquer maneira, para quem estava numa crise literária terrível, que não conseguia ler nada, a saga de A Seleção caiu como uma luva: livros leves, com romance e drama, que nos prendem e não nos surpreende muito mais do que o esperado. É a série própria para sair de uma ressaca literária, para voltar ao ritmo e ler algo mais leve. Então, pra mim, funcionou. Era exatamente o que eu precisava.



Sobre mim: Letícia Proença, médica veterinária, até hoje não sabe como levou a graduação e a paixão por sites e livros lado a lado. Gostaria de saber como aumentar as horas do dia para poder fazer tudo o que gosta.

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