Solitária

Título: Solitária
Título Original: Solitary
Autor: Alexander Gordon Smith
Série: Fuga de Furnace #2
Editora: Benvirá
Ano: 2012
Páginas: 264
Livro: Skoob
Sinopse:

Quando mandaram a Sala Dois pelos ares, Alex, Zê, Gary e Toby acreditaram ter alcançado a tão sonhada liberdade. Porém, o que parecia um sonho acabou se transformando em um de seus piores pesadelos. A explosão os jogou nas profundezas de Furnace. Nada de ar puro, apenas escuridão e labirintos de pedra. Com os guardas e o diretor da prisão em seu encalço, os garotos sabem que é uma questão de tempo até voltarem para a cela. O verdadeiro horror de Furnace só está começando. Recapturados, eles agora precisam encarar a solitária - nada mais que um buraco no solo com apenas uma porta, trancada pelo lado de fora e vigiada pelos ternos-pretos e pelos temidos Ofegantes. Seu destino? Serem devorados pelos ratos que povoam as entranhas de Furnace, enlouquecer dentro da cela úmida ou... tentar escapar novamente.

Leia a resenha do primeiro volume, Encarcerados, aqui.

Após Alex, , Gary e Toby conseguirem encontrar uma fuga da prisão Furnace em Encarcerados, a fagulha de esperança dentro deles desmorona radicalmente. Sabe a expectativa em ler um livro e acabar se decepcionando? Pois então, eles se sentiram da mesma forma, e nós sabemos que não é um sentimento pequeno esse hahaha. Alex e Zê caíram não só num rio parecido com esgoto, como também num emaranhado de monstros. Bom, eles até tinham aspectos humanos, mas as garras e deformidades, e principalmente a fome, a vontade de trucidá-los, os deixavam completamente desumanos.

Quanto mais Alex corre, mais ele se dá conta de onde foi parar. Ele não fugiu da prisão. Ele se encontrava nas profundidades, quase soterrado. Podia existir um inferno abaixo de Furnace? A resposta era essa. Sim.

Ali, era onde “viviam” os homens de terno preto e o diretor grotesco, que não demoraram a encontrá-los. Como punição, embora surpreso por Alex ser o primeiro a desafiar as regras e encontrar uma fuga, o diretor os manda para a solitária por um mês. Durante esse tempo, eles recebem comida a cada dois dias, e confrontam os piores inimigos existentes: a própria mente. O que um mês faria à cabeça deles dentro de um buraco, sem comunicação, no escuro? Com fome, sede, dor, alucinações.

- Um mês na solitária – ele professou. – Se os ratos não encontrarem uma maneira de liquidá-los, a loucura o fará. E, se conseguirem sobreviver a ela, se por algum milagre não estiverem devastados quando os tirarmos de lá, os Ofegantes tomarão conta de vocês. E é aí que a diversão de fato vai começar.

Alex não achava que fosse sobreviver, senão por três razões: A primeira era Zê. Eles não haviam lutado tanto para nada. E, além disso, após alguns dias, descobriram uma forma de conversar ao bater a grade no ritmo das letras. Essa parte eu não engoli muito, pois eles conseguiam formular algumas frases grandes, e devia demorar uma vida toda para conectar o barulho com as palavras, mas enfim.

A segunda era Donovan. Ah, Donovan! Que personagem mais incrível, meu favorito de todos os tempos, que dor o futuro que destinaram a ele. Alex não sabia se Donovan ainda estava vivo após a explosão, mas em seus pensamentos, pelo menos, ele estava sempre presente. A alucinação mais constante. A que lhe dava força para seguir em frente e não se render.

A terceira era Simon. Ele o salvara dos ratos, como o diretor os chamava, e tinha planos reservados para Alex ajudá-lo. Simon é um personagem novo que me conquistou logo de cara. Bondoso, guerreiro, honesto. Eu torcia tanto quanto Alex para voltar a vê-lo.

O mundo lá fora precisava saber as coisas pavorosas que ocorriam em Furnace. Só que eu nem sequer fazia ideia se o mundo lá fora continuava a existir. Para ser honesto, já não tinha certeza se algum dia existira. Havia apenas Furnace. Ela era nosso mundo, nosso túmulo, nosso inferno.

Embora não seja o melhor da série, esse volume cumpre justamente o que promete: Aflição, claustrofobia, agonia. Mesmo olhando ao redor no quarto, eu me sentia presa ao buraco, naquela imensa escuridão, vendo o quanto a mente é capaz de ser nossa arma de destruição.

A história não passa toda na solitária. Sempre que Alex e Zê saem, é certo ter muita ação e correria, o que dá espírito ao livro, mas ainda assim, muitas ocorrências são previsíveis, e comparado ao primeiro, não teve uma desenvoltura muito boa. O que nos mantêm viciados é a escrita excelente do autor, sempre nos impulsionando e transmitindo exatamente o que o personagem está sentindo.

A editora Benvirá publicou os demais volumes da série e eu já os li, mas confesso que não estava inspirada no momento e não cheguei a resenhá-los. Creio que o direcionamento da história tenha me desanimado um pouco. A continuação, Sentença de Morte, decaiu mais ainda, e apesar de Fugitivos, o quarto volume, ter sido tão bom que eu favoritei, Execução fecha a saga com uma certa alegria pros fãs leitores, mas ao mesmo tempo perde muito da essência original da história. Ainda assim, considero Fuga de Furnace uma obra sensacional e que vale muito a pena a leitura!



Nota: 4


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 23 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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