Título: 13 Dias de Meia-Noite
Título Original: 13 Days of Midnight
Autor: Leo Hunt
Série: 13 Dias de Meia-Noite - #1
Editora: Fantástica Rocco
Ano: 2018
Páginas: 288
Tradução: Eric Novello
Livro: Skoob
Sinopse:

Quando o pai de Luke Manchett, que nunca tivera muito contato com o filho, morre inesperadamente, o garoto fica com uma herança sombria: uma Legião de espíritos únicos, poderosos e implacáveis. Infelizmente, Luke não tem ideia de como lidar com eles. O Dia das Bruxas, data em que os fantasmas atingem o pico de poder, está chegando rápido e Luke sabe que sua Legião está planejando alguma coisa terrível. Com a ajuda da esquisitona da escola, Elza Moss, que também vê e sabe um pouco sobre fantasmas, Luke tem apenas treze dias para desvendar os segredos da magia negra e enviar os espíritos inquietos para o sono eterno. E se você achou que isso seria fácil, está redondamente enganado.

Luke Manchett é um adolescente comum de 16 anos que mora com a mãe, que sofre de dores de cabeça constantes e mal sai do quarto, e com Presunto, seu cachorro. Luke não vê o pai desde que era criança e é uma grande surpresa receber uma carta de seu advogado o alertando de que seu pai havia morrido.

O advogado pede para que Luke vá ao seu escritório, sozinho, pois em seu testamento, o pai deixara tudo para ele. Luke fica impressionado com a quantidade grandiosa de dinheiro que o pai ganhava e, contente, assina o contrato. Tudo que passava em sua cabeça era que virara milionário, mas acontece que a herança vinha com um bônus. O advogado diz que em breve voltará a entrar em contato para entregar o dinheiro, e lhe dá também um livro e um conjunto de anéis pertencentes ao pai.

Luke vira aqueles exatos anéis muitas vezes na televisão. O pai era uma das grandes atrações nas mídias, apresentando um programa paranormal, onde afastava o mal das casas. Poucos sabiam, mas seu pai era um necromante, e felizmente a semelhança entre eles passava longe, portanto Luke nunca fizera questão de contar para os amigos quem era seu pai.

Penso comigo mesmo que às vezes vale a pena mergulhar na escuridão, vale a pena se apegar à vida mesmo quando um rio gelado tenta nos arrastar para longe, porque existem momentos como este esperando do outro lado.

Descontente, sem o dinheiro esperado em mãos e com um livro que não o interessava, Luke segue sua vida normalmente, saindo com os amigos, paquerando Holliday e temendo contar a notícia a respeito da morte do pai à mãe, que já andava bem ruim da saúde. No entanto, cada vez mais Luke tem a sensação de estar sendo perseguido, e sua teoria se prova correta quando encontra dois homens em sua cozinha, mas não homens quaisquer. Fantasmas.

O pai de Luke comandava uma Legião de espíritos. Existem oito deles (Pastor, Vassalo, Herege, Juiz, Oráculo, Prisioneiro, Inocente, e a Fúria) e cada um servia lealmente ao chefe. Agora, com a morte e a assinatura, a Legião pertencia ao Luke e ele teria de aprender a liderá-los.

Mas Luke não quer o encargo. Ele gostava de sua vida pacata e jamais quisera se envolver com a loucura do pai. Ele nunca nem soubera sobre a Legião, e eles não somente aparentam ser cruéis, como confirmam isso ao se rebelarem contra Luke e ameaçar sua vida. O Dia das Bruxas é quando os fantasmas desenvolvem maior poder, e Luke tem poucos dias até lá para detê-los.

A sorte é que ele não está sozinho: Elza, a esquisitona do colégio, é clarividente e se aproxima de Luke afim de ajudá-lo. Mas quanto essa união e a luta contra a Legião irá custar dos dois?



Para os medrosos de plantão, não, esse não é um livro de terror! A sinopse engana, e essa foi a causa de parte da minha decepção. A premissa por si só é muito interessante. Um rapaz que repentinamente se vê com uma Legião de fantasmas. O autor poderia ter abordado o assunto de várias formas, e não creio que a escolhida tenha sido a melhor delas. Os espíritos são malignos e apenas Luke pode conversar com eles, embora Elza também possa vê-los e senti-los. Eles querem vingança do pai de Luke e acabam por fazer isso com seu primogênito.

Eu esperava uma interação diferente entre Luke e os fantasmas. São todos tão parecidos que eu dificilmente conseguiria identificá-los se não fossem os nomes sendo citados. A parceria de Luke com Elza tem um bom desenvolvimento e é bem bacana acompanhá-los estudando o livro e tendo ideias juntos.

A narrativa é em primeira pessoa e não achei muito bem construída. Tudo bem que o protagonista é um adolescente e é normal pessoas dessa idade usarem gírias, mas a cada frase o autor enfiava um “tipo” no meio. Tirei até uma foto pra vocês terem uma noção do absurdo. Isso realmente me incomodou. E em dada parte, o espírito de Luke entra no Presunto, e é como se o próprio presunto estivesse narrando. Achei engraçado, mas ao mesmo tempo estranho. Se era o espírito dele, não deveria ter a mesma consciência?



Apesar das ressalvas, a obra conta com temas bem curiosos no amplo espiritual, como sacrifícios, magia negra, amuletos de proteção, e mesmo possessão. Temas pesados, mas que o autor soube discorrer com cuidado e de forma jovial.

13 dias de meia-noite infelizmente não foi uma leitura marcante, mas para quem curte livros sobrenaturais, pode ter uma experiência melhor do que a minha. Esse é o primeiro volume, já que o final é fechado mas fica uma ponta solta perfeita para continuação. O trabalho da editora ficou espetacular, a capa e contra-capa combinando em tons obscuros e com uma grande conexão com a história. As páginas que anunciam um novo capítulo são de cor preta e trazem um diferencial e destaque ao livro.

Como sempre, fui boazinha e dei essa nota porque o fato de eu não ter apreciado tanto a obra é por motivos muito mais pessoais do que pelo seu potencial em si. Estava com a cabeça cheia quando li e imagino que isso tenha interferido bastante na leitura. Para os amantes do gênero, acho que vale a pena dar uma chance pra Legião!

Nota: 4

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Sobre mim: Carolina Rodrigues, 23 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.