Séries #017
Título: Kiss me first
Ano: 2018
Gênero: Aventura, suspense, drama
Produção: Netflix
Elenco: Tallulah Haddon, Simona Marrom, Mateus Barba, George Jovanovic, Freddie Stewart, Misha Butler, Haruka Abe, Samuel Bottomley, Mateus Aubrey
Sinopse: A adolescente Leila é solitária e dedica seu tempo ao game Agora. Nesse jogo ela conhece Tess, uma jovem descolada e confiante que esconde um segredo. Tess acaba desaparecendo e Leila acaba assumindo a identidade da nova amiga e investiga o motivo de seu desaparecimento.
Kiss me first foi lançada na Netflix em junho desse ano, quase não teve divulgação, o nome da série não tem conexão alguma com a história, e ainda assim, foi uma das melhores que eu assisti esse ano até agora.
Imaginem um mundo onde podemos nos conectar à um jogo de realidade virtual, chamado Azana World, através de um conjunto de óculos. Lá, a imagem do seu personagem é semelhante à sua fisicamente, mas de resto, você pode ser quem quiser e viver o que quiser. Quer se tornar um guerreiro? Ótimo! Pegue suas armas e vamos à batalha. Quer um lugar mais sossegado, apenas para curtir com seus amigos mais próximos? Deveria existir vários desses grupos, mas é justamente o Red Pill que acaba a convidando para se juntar.
O grupo é formado por Mania, Adrian, Jocasta, Tippi, Force, Denier e Callumy. Mesmo Leila (ou Shadowfax, seu avatar) não compreendendo o motivo, ela entra no grupo, e se aproxima primeiramente de Tess, que no jogo se chama Mania, mas que vai atrás de Leila na vida real.
Após a morte da mãe, Leila ficou completamente sozinha. Mesmo com um emprego na lanchonete, ela não consegue o suficiente para pagar o aluguel e o jogo, e por isso decide dividir a casa com alguém. A primeira pessoa que aparece querendo a vaga é Jonty, um rapaz galês que, como ator, está tentando conseguir um papel. Jonty é um personagem extremamente fácil de se gostar, traz ânimo pra casa, e aos poucos percebemos como seu envolvimento é importante.
Nos poucos dias acompanhada por Tess, Leila descobre como a garota é problemática, assim como os demais participantes do grupo. Todos possuem fraquezas e grandes traumas, e é Adrian, o líder do grupo, que está sempre pronto para ajudá-los. Mas será que as intenções de Adrian eram genuínas? Com tantas mentes fragilizadas e vulneráveis, o grupo estaria apoiando um ao outro, ou se destruindo vagarosamente?
A série britânica é baseada no livro de Lottie Moggach, possui seis episódios com duração de no máximo 47 minutos cada, e a cada episódio, conhecemos mais os integrantes do grupo individualmente. A história é toda contada pela perspectiva de Leila e as investigações dela acerca da Pílula Vermelha, e é através das suas suspeitas e descobertas que os demais personagens são apresentados, assim como a influência de Adrian sobre eles.
A minha intenção inicialmente era comentar superficialmente sobre a história, do jeito que costumo fazer com as outras séries, mas a dimensão e complexidade de Kiss me first é tão grande que quando fui ver já estava escrevendo sem parar.
Atualmente estão sendo lançados muitos livros e filmes sobre jogos e realidade virtual, é verdade, mas creio que todos tenham a sua importância, já que não estamos longe de um futuro regido de tal forma. A tecnologia avança a cada dia que passa, e nem sempre as pessoas usufruem dela pro lado positivo. Kiss me first mostra com atuações excelentes como o ser humano é delicado e manipulável quando está em más companhias.
A série é dividida entre o que acontece na vida real com Leila e as suas interações com o grupo através do jogo. Aplaudo de pé o criador do gráfico da série, porque está excepcional! É como se estivéssemos por completo dentro de um jogo, ou de fato jogando e acompanhando o diálogo dos personagens durante uma fase. Todos os detalhes, desde a ambientação até a construção física dos personagens são minuciosos, tornando clara a tarefa de decifrar as expressões faciais e ações dos personagens.
A primeira temporada de Kiss me first está disponível na Netflix, e espero ansiosa pelo lançamento da segunda!
Trailer:
Sobre mim: Carolina Rodrigues, 23 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.