Resenha dupla: Mais lindo que a lua / Mais forte que o sol

Título: Mais lindo que a lua / Mais forte que o sol
Título Original: Everything and the moon / Brighter than the sun
Autora: Julia Quinn
Série: Irmãs Lyndon - #1 e #2
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 272 / 288
Livro: Skoob | Skoob
Sinopse:

Mais Lindo Que a Lua, primeiro livro primeiro livro da série Irmãs Lyndon, é uma história irresistível sobre sobre reencontro e desafios, romantismo e perseverança. Foi amor à primeira vista. Mas Victoria Lyndon era a filha do vigário, e Robert Kemble, o elegante conde de Macclesfield. Foi o que bastou para os pais dos dois serem contra a união. Assim, quando o plano de fuga dos jovens deu errado, todos acreditaram que foi melhor assim. Sete anos depois, quando Robert encontra Victoria por acaso, não consegue acreditar no que acontece: a garota que um dia destruiu seus sonhos ainda o deixa sem fôlego. E Victoria também logo vê que continua impossível resistir aos encantos dele. Mas como ela poderia dar uma segunda chance ao homem que lhe prometeu casamento e depois despedaçou suas esperanças? Então, quando Robert lhe oferece um emprego um tanto incomum – ser sua amante –, Victoria não aceita, incapaz de sacrificar a dignidade, mesmo por ele. Mas Robert promete que Victoria será dele, não importa o que tenha que fazer. Depois de tantas mágoas, será que esses dois corações maltratados algum dia serão capazes de perdoar e permitir que o amor cure suas feridas?
Sinopse:
Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento. Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu. Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro. No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal...

Se já é ruim o bastante fazer resenha negativa de um livro da Julia Quinn, imagina de dois...

Em Mais lindo que a lua, Victoria Lyndon se apaixona por Robert à primeira vista. Ambos eram jovens, destemidos e sonhadores. A atração é imediata, assim como o amor genuíno, e após alguns meses escondendo a relação, eles resolvem fugir juntos, já que obviamente o pai do conde jamais o deixaria se casar com a filha do vigário, assim como o pai de Victoria possuía a mesma opinião quanto à Robert.

No entanto, no dia combinado, o pai de Victoria descobre os planos da filha e a amarra na cama para impedi-la de cometer tal loucura. Robert vai à sua procura e tudo o que vê é Victoria dormindo, como se ela não desse a mínima para ele. No dia seguinte, Victoria vai atrás de Robert, mas encontra apenas o pai dele, que lhe dá a notícia de que Robert fora embora e que nunca tivera intenções de ficar de verdade com ela.

A partir desse cenário, acompanhamos uma desconstrução completa dos personagens. Victoria e Robert passam de adolescentes inocentes e esperançosos para adultos frívolos. Sete anos depois eles se reencontram, e tudo o que Robert mais quer é se vingar da mulher que o traiu e partiu seu coração. Já Victoria, se tornou uma mulher independente e firme, que não se deixará ser seduzida por aquele que só queria usá-la.

Em meio dessa montanha de desentendimentos, Victoria e Robert se tornam personagens extremamente chatos. Robert é mesquinho, infantil e arrogante somente de cogitar em fazer Victoria passar vergonha por vingança, e depois, quando descobre o que aconteceu de verdade naquela noite em que pretendiam fugir, ele se torna um macho alfa insuportável. De início fora compreensível: ele queria se redimir por ter interpretado tudo errado, e queria aproveitar todo o tempo perdido com a amada.

Acontece que Victoria não se sentia da mesma forma. Ela enfim possuía controle sobre a própria vida e não confiava mais em Robert. Robert, por sua vez, não aceita isso e fica cercando Victoria que nem um urubu. Quando ela sai de casa pro trabalho, ele está lá para acompanhá-la. Quando ela sai do trabalho, ele também está lá. Ao longo do dia, ele envia milhares de flores e doces. É uma verdadeira pedra no sapato. Não dá espaço nenhum pra ela. E olha que não sou de ligar pra essas coisas em livros, mas a questão é que a insistência de Robert é excessiva e exaustiva. Não vejo como alguém aprenderia a amar outra pessoa com ela grudada contra a vontade. Pareceu mais que Victoria foi obrigada a amá-lo de volta do que algo natural.

Mas não pensem que Victoria é a coitadinha da história. Ela é tão chata quanto Robert. Teimosa até o último fio de cabelo. Fica enfiando na cabeça que ele só quer seduzi-la e depois jogá-la fora. Ou então que simplesmente não queria e pronto, sendo que nos pensamentos dela ela queria sim e muito. A guerra deles é infinita, repetitiva e cansativa. Eles discutem sempre pelas mesmas coisas, pelo mesmo assunto já batido, e quando retornavam a falar daquilo, me dava vontade de berrar: chega!! Mas que inferno.

Não me encantei nem por um segundo com esse livro. Então fui pro segundo volume, pra ver se havia alguma esperança pra trilogia.

Não há.

- A vida não se trata de arrastar-se para baixo de uma pedra e ver o mundo passar, esperando que nada nos afete. – ele se ajoelhou e começou a ajudá-la a recolher os alfinetes. – A vida é sobre se arriscar, sobre tentar alcançar a lua.

Em Mais forte que o sol, Ellie Lyndon é irmã de Victoria. Aos 23 anos, já é considerada uma solteirona, mas ela não liga pro título. Um dia, enquanto caminhava, Charles cai de uma árvore e quase em cima dela. Sempre solidária, Ellie logo o ajuda, mesmo que o conde esteja claramente bêbado.

Devido à queda, Charles torcera o tornozelo, e por isso Ellie se oferece a acompanhá-lo, assim ajudando-o a manter o equilíbrio. O que Ellie não sabe é que Charles fedia a álcool por um simples motivo: Se ele não se casasse dentro de 15 dias, até a data do seu aniversário, ele perderia todas as suas posses e sua herança, passando o título para um dos primos. A condição fora estipulada pelo pai ao falecer, e Charles se via sem opções. Poderia recorrer aos bailes de Londres, mas não suportava nenhuma das possíveis pretendentes. Ele queria uma esposa inteligente, esperta, que o fizesse feliz. Casamento era coisa séria, afinal de contas. E é olhando para Ellie que ele tem uma ideia brilhante.

Charles pede Ellie em casamento. Ela logo recusa, o que uma sábia mulher faria, ainda mais quando o conhecia há minutos, mas seu pai estava noivo, e Ellie não aguentaria morar com a tal da noiva por muito tempo. Além disso, ela conhecia bastante da área financeira, e propõe um acordo para Charles, de forma que os dois acabariam ganhando.

Ellie e Charles então se casam. Ellie sabe que uma hora terá de consumar o casamento, mas quer primeiro conhecer o marido.

Honestamente, não tenho muito o que reclamar de Charles. Ele foi ótimo durante o livro inteiro. Respeitou Ellie, foi engraçado, divertido, e jamais possessivo ou ciumento, nem mesmo infiel, dada sua fama de libertino. Ellie, no entanto, foi a grande chata da história em questão. Deve estar nos genes da família essa chatice. Tudo o que Charles dizia, Ellie rebatia, sendo teimosa e apontando coisas sem sentido. Ela recusava se entregar a Charles por ele ser libertino, mas em momento algum ele demonstrou interesse em alguém que não fosse ela. Ellie cisma tanto com esse ponto que se torna cansativo e sem razão. É como se a autora quisesse inventar um obstáculo no relacionamento do casal, mas estivesse sem idéias. A personalidade de Ellie é tão parecida com a de Victoria que eu diria que é a mesma pessoa.

Um erro que cometi foi ler um livro atrás do outro. Como eu já estava saturada com Maior que a lua, quanto mais eu lia Mais forte que o sol, mais longe parecia de a história chegar ao fim. Não aguentava mais o mesmo blábláblá. Desculpa, Julia, mas dessa vez não rolou meeeesmo.

OBS: O que não significa que os outros livros dela não sejam bons! Os Bridgertons é maravilhoso, de longe a melhor série dela. Se você ainda não leu nada da Julia Quinn, não se deixe intimidar pela minha resenha e leia Os Bridgertons sem medo algum!

Nota: 3


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 23 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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