A Luz Que Perdemos

Título: A Luz Que Perdemos
Título Original: The Light We Lost
Autora: Jill Santopolo
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 300
Tradução: Roberto Grey
Livro: Skoob
Sinopse:

Lucy e Gabe se conhecem na faculdade na manhã de 11 de setembro de 2001. No mesmo instante, dois aviões colidem com as Torres Gêmeas. Ao ver as chamas arderem em Nova York, eles decidem que querem fazer algo importante com suas vidas, algo que promova uma diferença no mundo.
Quando se veem de novo, um ano depois, parece um encontro predestinado. Só que Gabe é enviado ao Oriente Médio como fotojornalista e Lucy decide investir em sua carreira em Nova York.
Nos treze anos que se seguem, o caminho dos dois se cruza e se afasta muitas vezes, numa odisseia de sonhos, desejo, ciúme, traição e, acima de tudo, amor. Lucy começa um relacionamento com o lindo e confiável Darren, enquanto Gabe viaja o mundo. Mesmo separados pela distância, eles jamais deixam o coração um do outro.
Ao longo dessa jornada emocional, Lucy começa a se fazer perguntas fundamentais sobre destino e livre-arbítrio: será que foi o destino que os uniu? E, agora, é por escolha própria que eles estão separados?
A luz que perdemos é um romance impactante sobre o poder do primeiro amor. Uma ode comovente aos sacrifícios que fazemos em nome dos -nossos sonhos e uma reflexão sobre os extremos que perseguimos em nome do amor.

*secando as lágrimas e respirando fundo antes de começar a escrever a resenha*

Lucy e Gabe se conheceram em 11 de setembro de 2001 durante uma aula na faculdade. O mesmo dia trágico que marcou a vida de muitas pessoas pela dor da perda, marcou a vida de Lucy e Gabe com o que viria a ser um amor que transcendia o tempo.

Na ocasião em que se conheceram, devido à toda a comoção e os sentimentos únicos relacionados ao atentado, Lucy e Gabe se beijaram. Embora soubessem pouco um do outro, era como se eles se conhecessem desde sempre. Pouco depois, Gabe recebe uma mensagem da ex-namorada e, mesmo preferindo ficar com Lucy, pede desculpas e vai ao seu encontro. Lucy não tinha esperanças de um relacionamento com Gabe, então descobrir que ele reatara com a ex-namorada não fora uma surpresa, mas lá no fundo, Lucy sabia que nunca mais alguém mexeria com ela como Gabe.

Alguns anos depois, enquanto comemorava seu aniversário de 23 anos com as amigas, Lucy reencontra Gabe. Agora, os dois livres, sem impedimentos, entram num relacionamento firme que embora tenha durado poucos meses, o sentimento perduraria pelo resto da vida.

Lucy e Gabe se amavam loucamente. Seu vínculo era algo único, o tipo de amor que poucos conseguem ter a sorte de experimentar. O problema é que Gabe era sonhador e não punha limites para alcançá-los. Ele abandonaria Lucy para conquistar seus desejos profissionais, e é isso o que faz. Seu amor por Lucy era imensurável, mas seu trabalho infelizmente vinha em primeiro lugar. Gabe não era perfeito, mas tampouco Lucy era, e ela aprendeu a amá-lo de tal forma: com todos os seus defeitos e suas qualidades.

Por meses, Lucy ficou devastada. Havia perdido o verdadeiro amor, e se perguntava se um dia seria capaz de amar novamente. É quando, então, ela conhece Darren, o homem doce, carinhoso e paciente que não se parece nem um pouco com Gabe, mas que vai a divertir, a fazer sorrir mais uma vez, e perceber que pode, sim, ser feliz.

Mas será que sua história com Gabe havia chegado mesmo ao fim? Será que um dia ela conseguiria esquecê-lo? E Gabe, teria seu sonho realizado, ou se arrependeria pelo amor e pelos momentos que perdera ao lado de Lucy? As coisas acontecem por um motivo, afinal?

O destino vai mostrar em A luz que perdemos como amar pode ser sofredor e doloroso, mas como também pode ser resplandecente, fortalecedor e capaz de mudar tudo.

Você me marcou. Sabia? Você. O 11 de Setembro. Quem sou, as escolhas que fiz, devo a você. Por causa daquele dia

Confesso que estou até desnorteada depois de terminar esse livro e não sei por onde começar a discorrer sobre a história. Vamos deixar a emoção acalmar um pouco e falar da edição.

A obra é narrada em primeira pessoa pela Lucy e dividida em capítulos pequenos e bem objetivos. O diferencial é que Lucy conta a história como se estivesse conversando com Gabe. Ela se refere diretamente a ele como “você”, o que torna o relato muito mais pessoal. A escrita da autora é extraordinária, muito bem articulada e envolvente, com frases marcantes que levam à reflexão e que tocam o leitor.

O único aspecto que me incomodou, e que foi o grande motivo que me fez dar nota 4, foi a enrolação. Embora os capítulos possuam tal característica objetiva, o número de capítulos é grande, e Lucy passa muito tempo contando sobre sua relação com Darren e os eventos que a faziam se lembrar de Gabe. Creio que a intenção da autora tenha sido deixar claro como Gabe sempre esteve presente em sua vida, mesmo distante fisicamente, e como Lucy nunca deixou de amá-lo, por mais que também amasse Darren, mas em determinada parte essa estratégia se torna cansativa, e dá vontade de pular logo pro final e descobrir qual será o desfecho de Lucy e Gabe.

O amor dos dois é tão crível e palpável que a dor de Lucy a cada encontro com Gabe se torna a nossa dor. A obra fala sobre desencontros, mas é muito mais do que isso. É sobre perda, superação, felicidade, a construção de uma família, os valores de um relacionamento, felicidade, tristeza, e acho que acima de tudo, arrependimento. É como aquele famoso ditado “Se arrependimento matasse....”. Mas nunca vamos saber se não arriscarmos, não é? Tudo na vida é escolha. Se vamos para a direita ou para a esquerda. Se vamos cursar faculdade de uma área ou de outra. Se chegamos na pessoa que temos interesse ou não. Existe um constante “e se” que nunca descobriremos, e isso é o que mais machuca no livro. Ver como as coisas poderiam ter sido diferentes, mas eles não tinham como adivinhar isso na época em que eram jovens.

E o final... Meu senhor Jesus! Tudo bem, admito que chorei durante 90% do livro, mas isso porque sou manteiga derretida e por um motivo muito mais pessoal, o que significa que é provável que o mesmo não aconteça com você que está lendo a resenha. Ou pode ser que sim, já que creio que todos nós já tivemos ao menos uma pessoa que amamos e que pensamos nela ainda com carinho. Não chorava assim desde Como eu era antes de você. Gosto de uma sofrência, né não? Falou em drama romântico, to dentro.

Enfim, deixando o melancolismo e o masoquismo de lado, A luz que perdemos por si só já possui um título forte que promete abalar as estruturas. A capa também é linda, e é impossível não se emocionar com a história repleta de desencontros de Lucy e Gabe. Um livro que não apenas comove, mas também ensina e te faz pensar sobre a vida, sobre as decisões tomadas e sobre as pessoas que temos do lado. A mensagem transmitida com o final é extremamente bela, e só posso finalizar essa resenha cheia de elogios dizendo à vocês para viverem logo com Lucy e Gabe esse amor grandioso.

Nota: 4


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 22 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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