Warcross

Título: Warcross: Jogador, caçador, hacker, devedor
Título Original: Warcross: Player, hunter, hacker, pawn
Autora: Marie Lu
Série: Warcross - #1
Editora: Fantástica Rocco
Ano: 2018
Páginas: 320
Tradução: Regiane Winarski
Livro: Skoob
Sinopse:

Neste eletrizante thriller de ficção científica, Emika Chen é uma hacker de 18 anos com uma vida financeira difícil. Num golpe de sorte do destino, ela se torna milionária ao ser contratada pelo criador do Warcross, um jogo de realidade virtual que virou febre em todo o mundo, para evitar um ataque em massa que estaria sendo planejado contra a plataforma – e seus milhões de usuários – durante a cerimônia de encerramento de um grande campeonato.
Mas a garota logo conhece o lado sombrio do sucesso, à medida que a final se aproxima e pistas ameaçadoras começam a surgir. De onde partirá o ataque ao maior fenômeno da tecnologia mundial? Imersa no universo do Warcross, Emika descobre que escolher em quem confiar pode ser o jogo mais arriscado de todos.

Emika Chen precisa arranjar dinheiro. Aos 18 anos e sozinha, já que o pai falecera há pouco tempo, deixando nas suas costas as dívidas que acumulara, Emika trabalha numa lanchonete, mas ainda assim o dinheiro não é suficiente nem mesmo para pagar o aluguel do apartamento pequeno em que está morando e dividindo com sua colega.

A fim de conseguir mais dinheiro, ela vai atrás de bandidos para capturá-los, o que lhe daria alguns créditos. Isso é possível somente por conta do Warcross, um jogo interativo de realidade virtual que conquistou toda a população. Pessoas de diversos países acessam o jogo, e através da tecnologia sofisticada, é possível utilizar os óculos do jogo na vida real, enxergando as coisas ao seu redor de uma forma diferente. Como a polícia está sobrecarregada, a proposta que levantaram foi que pessoas comuns seguissem os rastros de bandidos que andavam roubando dinheiro pelo jogo, e entregá-los à polícia, o que resultaria numa recompensa financeira.

Essas eram as duas formas de ganha-pão diário de Emika. Fora isso, ela era como as demais pessoas: viciada em Warcross, se conectando sempre que possível. Acontece que Emika também é uma ótima hacker, graças ao seu pai, e por conta disso, ela está numa fase bem abaixo do esperado, já que ela usa um escudo que permite com que ela esconda suas informações e se infiltre nas profundidades do jogo. Nisso, durante uma das partidas mais famosas do jogo, ela testa um hack para ver se conseguiria um Power-up raro, de forma que conseguiria depois vendê-lo por uma grana alta, e no fim não apenas o hack dá certo, como seus escudos são afetados e sua imagem aparece no meio do jogo ao qual milhões de pessoas estão assistindo.

Algumas pessoas podem dizer que Wacross é só um jogo idiota. Outros dizem que é uma revolução. Mas para mim e para milhões de outros, é o único jeito seguro de esquecer nossos problemas.

Após a sua exposição, Emika entra em pânico. Uma das regras do jogo é que o personagem seja idêntico à pessoa real, o que significa que todos agora sabem sua identidade. Não demora para que Emika apareça nos jornais e nas redes sociais, e só o que se fala na mídia, é sobre a menina que conseguiu hackear o tão grandioso Warcross. Afinal, será que o jogo seria tão seguro assim? Não deveria ser impenetrável?

Mesmo assustada e temendo que a qualquer momento a polícia viesse prendê-la, Emika decide que precisa seguir em frente e voltar a trabalhar, já que as contas não se pagariam sozinhas, e ela estava prestes a ser despejada. No entanto, pra surpresa de Emi, o que se sucede é justamente o contrário: Hideo Tanaka, o jovem criador de Warcross, entra em contato com Emi e pede para que ela se encontre com ele, pois ele possui uma oferta de emprego pra ela. Além disso, suas contas foram todas pagas, e um valor extraordinário surge em sua conta bancária. Atordoada, Emika aceita, mesmo desconfiando de estarem pregando uma peça nela. Seus receios são afastados quando o próprio avião do senhor Tanaka a leva para Tókio e quando, enfim, se vê cara a cara com Hideo, o homem mais famoso do planeta, em quem ela já pensou tanto, sério e completamente profissional.

Hideo anuncia então que precisa da ajuda de Emika. Alguém está ameaçando Warcross, e Emika com sua grande capacidade hacker precisará encontrar o jogador que tem intenções de destruir o jogo. Pra isso, ela seria introduzida em uma das equipes do jogo, e participaria direto das partidas. Agora seria mais do que uma espectadora, seria uma jogadora e espiã. Será que Emika aceitaria a proposta? E esse tal jogador, o quão perigoso poderia ser?

Por isso, Hideo Tanaka pensou em uma solução mais fácil. Para criar um mundo real sem defeitos, na é preciso desenhar a cena 3D mais detalhada e realista do mundo.
Só é preciso enganar a platéia para que pense que é real.
E adivinha quem pode fazer isso melhor? Seu cérebro.

Duas coisas haviam me despertado a curiosidade com Warcross: O tema, já que adoro histórias que retratam realidades alternativas a partir de jogos, e a autora, já que vi muitas resenhas elogiando sua escrita em outras obras. Posso dizer à vocês que minhas expectativas foram totalmente alcançadas! Warcross é espetacular.

De início, eu não sabia muito bem o que esperar da obra. Aos poucos, as peças vão se encaixando, e passamos a conhecer melhor os personagens e seus objetivos. Marie Lu possui uma escrita fluida e de certa forma jovem, o que faz com que a história não fique pesada ou sobrecarregada. Embora tenham descrições e muitas informações acerca do jogo e de seu funcionamento, é algo de fácil compreensão, e logo nos vemos no meio do jogo e das missões de Emika.

A história é sustentada pelas partidas dos jogos, pelo desenvolvimento da relação de Emika com os demais jogadores da equipe, e também com Hideo e sua investigação pelo misterioso jogador. Temos até um leve romance, a parte que muitos chamariam de clichê, mas não reclamo, já que sou a louca dos romances, então isso pra mim serviu só de gás pra seguir o livro com mais afinco. Acima de tudo, percebemos que a obra traz pontos relevantes que aplicamos diariamente em nossas vidas, como por exemplo em quem confiar, e como a tecnologia nos influencia. Será que somos indiretamente manipulados por ela? Será que abriríamos mão do próprio livre arbítrio, só para continuar tendo a internet e, no caso deles, a realidade virtual em mãos?

Quando a história se encaminha pro fim, temos uma reviravolta inesperada e muitas surpresas que dão gancho pro segundo volume da série. O evento final é do tipo que dá um nó no nosso cérebro e nos deixa dividido sobre gostar da tática da autora, ou querer que não fosse verdade, que ela desse outra explicação.

De qualquer forma, Warcross é um livro repleto de ação, tecnologia e mistérios que faz com que você desconfie de todos os personagens e ao mesmo tempo torça por eles. Mal vejo a hora de ler a continuação!

Nota: 5


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 23 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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