Se Não Houver Amanhã

Título: Se Não Houver Amanhã
Título Original: If there’s no tomorrow
Autora: Jennifer L. Armentrout
Editora: Universo dos Livros
Ano: 2018
Páginas: 384
Tradução: Monique D’Ozario
Livro: Skoob
Sinopse:

Lena Wise está sempre ansiosa pelo dia seguinte, especialmente porque está começando o último ano da escola. Ela está decidida a passar o máximo de tempo possível com os amigos, completar as inscrições da faculdade e talvez informar seu melhor amigo de infância, Sebastian, sobre o que realmente sente por ele. Para Lena, o próximo ano vai ser épico — um ano de oportunidades e conveniências.
Até que uma escolha, um instante… destrói tudo.
Agora Lena não está ansiosa pelo dia seguinte. Não quando o tempo que dedica aos amigos pode nunca mais ser o mesmo. Não quando as inscrições para a faculdade podem ser qualquer coisa, menos viáveis. Não quando há o risco de Sebastian jamais perdoá-la pelo que aconteceu.
Pelo que ela permitiu que acontecesse.
À medida que sua culpa aumenta, Lena está ciente de que sua única esperança é superar o ocorrido. Mas como é possível seguir em frente quando a existência inteira, tanto dela quanto a de seus amigos, foi transformada? Como seguir em frente quando o amanhã sequer é garantido?

Lena tinha uma vida comum. Estava no último ano do ensino médio, trabalhava de vez em quando para pagar seus próprios McDonalds, possuía três melhores amigas chamadas Abbi, Megan e Dary, e um melhor amigo, Sebastian, que para ela sempre foi mais do que apenas isso. Lena é apaixonada por Sebastian, seu vizinho, desde que se entende por gente, mas jamais expressou seus sentimentos ou imaginou que ele poderia correspondê-los. Todos os viam juntos desde sempre, e por isso concluíam que a amizade deles era como de irmão e irmã.

Por mais que torcesse para que ninguém reparasse em seus verdadeiros sentimentos, aquele era um detalhe que nunca escapara de suas melhores amigas. Como típicas adolescentes, muitas vezes elas se reuniam no quarto de Lena para conversar sobre a vida e relacionamentos amorosos. O vínculo delas era forte, e quando estavam juntas, não havia mal tempo. Estavam sempre se divertindo, rindo e sabendo que, independente do que acontecesse no futuro em termos de faculdade, elas jamais se distanciariam.

Lena é a personificação de muitos de nós blogueiros: gosta de ficar em casa, lendo aos montes, mas de vez em quando também aproveita a vida, e Sebastian é seu maior companheiro nesses termos. Um dia, após certos momentos constrangedores entre os dois, Sebastian a convida para uma festa na casa de um amigo em comum deles, a fim de que as coisas entre eles voltassem ao normal. Lena topa e convida também suas amigas, que a encontram no local.

O combinado era que Lena voltasse para casa com Sebastian, uma vez que eram vizinhos e que ele havia lhe dito que precisavam conversar a sós, mas determinados desentendimentos fazem com que Lena acabe entrando em outro carro no fim da festa.

Lena jamais imaginaria que aquela decisão mudaria a sua vida e a de demais pessoas pra sempre.

Uma escolha pode fazer toda a diferença. Uma atitude, ou a falta dela, pode trazer graves consequências, como o evento trágico que se sucedeu naquela noite.

Um acidente.

Um único sobrevivente.

Uma noite mudou a nossa vida irrevogavelmente. Uma escolha tinha alterado o curso do que todos nós deveríamos nos tornar. O que eu teria feito diferente naquela noite se eu soubesse que não haveria amanhã? Tudo. Eu teria feito tudo diferente.

O título do livro é bem expressivo e carregado de significado. Ele diz tudo por si só. Ninguém sabe se haverá um amanhã. Ninguém sabe o que pode acontecer nesse exato dia, ou daqui a poucas horas.

O tema de Se não houver amanhã é pesado, realista e frequente. Quantas vezes ligamos a televisão no noticiário e vemos acidentes de carro envolvendo motorista e passageiros alcoolizados? E quantos geralmente sobrevivem em tais circunstâncias?

Pela sinopse dá pra imaginar que algo grande acontece para traumatizar tanto a nossa personagem, mas posso garantir que o que encontramos nas páginas é muito mais doloroso. O drama segue firme, e os dilemas de Lena são compreensíveis. A autora mostra o antes da protagonista e o depois, como ela passa a considerar os seus problemas antigos de adolescentes irrelevantes quando comparados ao que ela vinha enfrentando. A dor da perda, o luto, a culpa, a negação, são todos sentimentos que dominam Lena e nos fazem ver como a jornada para quem fica, especialmente pro sobrevivente que viveu os momentos de terror, são difíceis.

Uma reflexão que também achei bem pertinente é como os comentários na mídia afetam e são em sua maioria infundados. Pessoas comentando a vida alheia e julgando, sem conhecer a história por trás. De repente, pessoas que Lena conhecia tão bem, que eram craques no futebol, extremamente inteligentes e talentosos, passaram disso à alcoólicos irresponsáveis, adolescentes “idiotas” que só querem saber de curtir a vida.

E enquanto isso, Lena sabe da verdade. Ela acredita que poderia ter evitado, poderia ter feito algo para mudar o curso de eventos, seguido seu instinto que dizia para não entrar no carro. Mas ela não fez nada disso, e agora carregava consigo a culpa, a responsabilidade, e afastava seus amigos, acreditando não merecer a felicidade e o alívio de ainda estar viva.

Jennifer possui uma escrita maravilhosa e fluida. Já sabia disso por conta de Obsidiana, uma série da qual gosto muito, mas em Se não houver amanhã conhecemos um lado diferente da autora, um mais sério e profundo. Sendo assim, Jennifer conseguiu equilibrar a trama perfeitamente, de forma que apesar do evidente período de sofrimento e superação de Lena, os personagens secundários conseguem trazer luz à ela, mostrar o caminho e ajudá-la a seguir em frente. É lindo ver esse companheirismo e ver que às vezes precisamos abrir mão do nosso próprio sofrimento para ajudar alguém próximo a juntar os cacos.

Se não houver amanhã é uma obra um tanto triste e bonita que traz mensagens e reflexões importantes. Não podemos deixar pra amanhã o que podemos fazer hoje, não é mesmo?

Nota: 5


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 22 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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