Se Eu Ficar

Título: Se Eu Ficar
Título Original: If I Stay
Autora: Gayle Forman
Série: Se eu Ficar
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Páginas: 224
Livro: Skoob
Sinopse:

A última coisa de que Mia se lembra é a música. Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.


Se Eu Ficar foi o primeiro livro da Gayle Forman que eu li, e só consigo pensar em corações e muitas lágrimas quando penso nesse livro.

Mia é uma jovem de 17 anos, violoncelista, que tem a família perfeita, exceto pelo fato que se sente às vezes meio deslocada em sua própria casa - seu pai teve uma banda de punk rock, sua mãe e seu pequeno irmão, Teddy, são roqueiros. Enquanto Mia é mais introvertida, a família é extremamente extrovertida, mente aberta; os "pais-amigos".

Numa manhã de muito inverno, sua família resolve fazer uma pequena viagem para visitar amigos, visto que as escolas não abririam por conta da neve: com o pai sendo professor, a mãe apenas pediu uma dispensa do serviço. Tudo estava indo bem, enquanto todos escutavam a música de escolha da menina - Beethoven.

E é quando toda sua vida se transforma.

Um acidente.

Quando Mia se dá conta, ela está vendo seu corpo estirado no chão, em coma, e não sabe onde estão seus pais e seu irmão. Seguindo os paramédicos que levam seu corpo para o hospital, ela descobre: o irmão está internado em estado grave e seus pais se foram.

Num estado de torpor, sem conseguir digerir tudo que está acontecendo ao seu redor, Mia vê seus avós, amigos próximos da família e sua melhor amiga, Kim, em desespero na sala de espera. E é enquanto tenta absorver sua situação que a narração de Mia começa a variar entre o presente e o passado, com uma série de flashbacks muito bem estruturados que nos apresenta como era a relação da personagem com sua família, sua melhor amiga e, por fim, Adam.

Adam havia sido namorado de Mia durante a maior parte do seu ensino médio. Ele era um ano mais velho e fazia parte de uma banda de rock em ascensão, a Shooting Star. Adam é o cara perfeito, que parece, na verdade, fazer mais parte da família de Mia do que ela mesma. E enquanto ela vai se lembrando do relacionamento deles, do que os uniu - a música -, ele aparece no hospital para visitá-la, mas por não ser um parente, não pode entrar.

Enquanto isso, o corpo e espírito de Mia ficam divididos entre continuar nesse mundo, órfã, ou ir com seus pais, as melhores pessoas que ela já conheceu.

Eu percebo agora que morrer é fácil. Viver é difícil.

Eu gostei muito do desenvolvimento da relação de Mia com a família dela, deixando a situação e a dor dela muito mais palpável. A relação dela com Adam, também, foi muito bem estruturada - eles são ótimos juntos, mas nenhum deles é perfeito. São personagens humanos, com medos, amores e inseguranças.

Devo dizer que a decisão de Mia, de ir ou ficar, não é fácil. A relação que ela tinha com a família era muito íntima, muito próxima. Sua mãe era sua melhor amiga; seu pai, o melhor companheiro; seu irmão, ainda tão novo, uma vida inteira pela frente.

Assisti o filme, também, essa semana, e achei a adaptação maravilhosa. Chorei com o livro, chorei com o filme, chorei chorei chorei.

A escrita de Gayle é singela, delicada e sabe a hora de cutucar para fazer com que algumas lágrimas caiam. O livro é relativamente curto, portanto rapidinho de se ler. Eu, particularmente, fiquei muito tocada porque a família dela me lembrou muito a minha (tirando o fato que minha mãe não é tão rock n roll assim). Então, talvez, seja suspeita para falar. Mas mesmo a continuação (Para Onde Ela Foi) me tocou e eu gostei muito.

Mas mais do que o romance entre ela e Adam, há a relação dela com a família, os que foram e os que ficaram. O amor. Portanto, acho que é justo dizer que esse é um livro sobre o amor e a dor da perda, em todas as suas formas.

- Tudo bem. Se você quiser partir – diz ele. – Todos nós queremos que você fique. Eu quero que você fique mais do que já desejei qualquer outra coisa na minha vida. – De tão emocionado, vovô diz isso com a voz embargada. Ele faz uma pausa, pigarreia, respira fundo e continua: - Mas está é a minha vontade e vejo que talvez possa não ser a sua. Então, eu só queria dizer que entendo se você decidir partir. Tudo bem se tiver que nos deixar. Tudo bem se você decidir parar de lutar.

Agora, vou parar a resenha por aqui, porque na verdade assisti o filme ontem, ainda tô na TPM e esse último quote quebra meu coração em mil pedaços.

Nota: 5

Sobre mim: Letícia Proença (Leeh), estudante de Medicina Veterinária na UNESP, até hoje não sabe como leva a graduação e a paixão por sites e livros lado a lado. Canceriana louca, gostaria de saber como aumentar as horas do dia para poder fazer tudo o que gosta.

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