Ligeiramente Casados

Nome: Ligeiramente Casados
Título Original: Slightly Married
Autora: Mary Balogh
Série: Os Bedwyn #01
Editora: Arqueiro
Livro: Skoob
Sinopse:

À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse Custe o que custar!. Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum. Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias. Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar. Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados... Neste primeiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos apresenta à família que conhece o luxo e o poder tão bem quanto a paixão e a ousadia. São três irmãos e três irmãs que, em busca do amor, beiram o escândalo e seduzem a cada página.

Sabe aquele livro que só de bater o olho na sinopse, você sabe que vai se apaixonar? Não precisei nem consultar a bola de cristal pra confirmar que a sensação não foi em vão.

Prometa que irá protegê-la. Prometa! Custe o que custar!


Aidan Bedwyn é um coronel que passa maior parte de sua vida na guerra. Numa delas, no entanto, ele encontra o capitão Percival Morris, a quem deve a vida por tê-lo salvo batalhas antes, em seus últimos momentos de glória. O único desejo que capitão Percy implora para que Aidan cumpra, em sua dívida, é informar a irmã para que não ficasse de luto, e que o coronel a protegesse a qualquer custo. Qualquer custo. Na hora, Aidan nem pensou duas vezes antes de dar sua fiel palavra, mesmo porque não parecia nada absurdo de se cumprir, e ele de fato devia muito ao capitão.

Atendendo ao pedido, o coronel vai até o Solar Ringwood para dar a lástima notícia á Srta. Eve Morris, irmã de Percy, sobre a morte do irmão. Além disso, ele oferece toda a ajuda possível, e por mais que Eve teime em não aceitar qualquer ajuda, Aidan resolve ficar por mais alguns dias até que ela possa se recuperar do choque e talvez, então, mudar de ideia e aceitar que ele cumpra sua promessa.

Eve é uma mulher de espírito forte, e profundamente bondosa. Após a morte do pai, e com o irmão na guerra, ela acolheu em sua residência pessoas que eram renegadas pela população, pessoas de coração puro que só pretendiam fazer o bem, e se dedicaram completamente à moça, fazendo qualquer serviço que parecesse útil na casa, em gratidão à moça. Assim também como Eve adotou duas crianças órfãs e fez deles, seus próprios filhos.

- Madame – ele começou a dizer -, se eu puder...
Ela não esperou que ele terminasse. Até o som da voz do coronel a fazia encrespar-se de indignação. Eve lhe deu as costas e entrou em casa sem olhar para trás.


As coisas conseguiriam entrar no eixo, mesmo após a morte do irmão, se não fosse pelo fato de que ela perderia a casa para o primo, já que estava no nome do irmão, e então todos estariam na rua, absolutamente sem lugar para onde ir. E Eve, já sem recursos ou a quem recorrer, sofria mais pelos seus incapacitados (como Aidan diria) do que por si mesma. E foi através desse desespero, que Aidan acabou descobrindo seu segredo, e não viu outra saída senão pedi-la em casamento para que pudesse permanecer com a casa. E mesmo teimosa como Eve era, ela não encontrou outra opção (além de que Aidan nem permitiria que ela dissesse não).

A princípio, o que era para ser apenas um casamento convencional, que ninguém precisava saber, apenas pra atender ambos interesses, acabou se tornando algo mais ardente e intenso do que eles poderiam imaginar. Ainda mais quando o duque de Bewcastle, irmão do coronel, descobre e resolve apresentá-la oficialmente à Rainha.

Como eu amo todo o ambiente elegante dessa época! A linguagem coloquial, formal, que nos transporta para aquela década repleta de educação e daqueles vestidos lindos que acompanhavam as valsas. Um ponto totalmente positivo pra autora é que, apesar da linguagem ser de tal forma, ela não escreveu de uma maneira pesada que se torna até cansativo de ler. Pelo contrário, soube utilizar dos toques próprios da época nos momentos adequados. E os personagens, então, o que falar? Todos maravilhosos, em sua maneira de ser. Embora a história se foque no casal principal, os personagens secundários, seja do Solar Ringwood, como a família de Bedwyn (que, aliás, não sei se já deu pra perceber, mas é uma série que conta a história de cada irmão), são super bem retratados e até mesmo a história de cada um esclarecida. Assim também como a narração é feita pelo ponto de vista de Eve e Aidan, sem que nos confunda ou fiquemos perdidos.

- Sabe dançar? – perguntou ao coronel. Era difícil imaginá-lo dançando.
- Madame – disse ele, quando a carruagem sacolejou uma última vez e parou e eles ainda esperavam que os degraus fossem colocados para descerem. -, antes de um cavalheiro aprender a recitar o abecedário sem titubear, ele já é um mestre na graciosa arte de bailar como uma pluma.


Como já falei, Eve não tem papas na língua se o assunto é defender sua família, sua origem e a si própria. De início, não compreendi muito porque de tanta raiva pelo coronel, mas aos poucos fui me afeiçoando pela personagem, e logo eu já estava acompanhando toda a reviravolta de sentimentos que Aidan causava à ela. Aaah, Aidan! Um homem nobre, convicto em cumprir seus deveres, que de primeira impressão é completamente arrogante, sério, até mesmo ríspido, mas que no decorrer vai ficando claro o tanto de bondade ele também tem, e o quanto acabou se entregando sem mesmo perceber.

Acho que essa é a melhor palavra pra definir o livro. A entrega deles que ocorre lentamente, o marido e esposa totalmente estranhos se conhecendo. E sabe aquilo de vai-não-vai? Uma hora ele vai de vez já que ela está em paz na casa e ele não lhe deve mais nada, outra hora resolve ficar mais, aquele aperto no coração que a gente fica em desespero porque, pombas, ele não pode ir embora!! Alguém amarra ele, pelo amor! E bom, talvez isso seja chato pra alguns, mas eu adoro esse sufoco de a gente torcer para que eles se reencontrem, pra que se declarem de vez, pra que parem de ser cabeça dura. E, não sei se isso tem muita relevância, mas é um estilo mais new adulto (e nem eu mesma sabia, só fui descobrir lendo).

Então, o mais extraordinário aconteceu. O rosto de seu marido, sempre tão soturno e severo, relaxou aos poucos... ah, não bem em um sorriso. O rosto dele não sorriu. Nem a boca. Mas os olhos sorriram. Ficaram muito suaves e cintilaram com uma expressão que Eve só conseguiu descrever para si mesma como um sorriso.

E o mundo inteiro sorriu.


Enfim, eu ia até colocar mais trechos que me apeguei enquanto lia, mas quem disse que marquei? Tava tão entretida que só queria saber de ver aonde aquilo tudo ia dar. É uma história linda, de tirar o fôlego, que nos prende do início ao fim (se não até depois, porque ainda to pensando na história ahahah).

Nota: 5

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 19 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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2 Veja quantos dragões pousaram aqui!

  1. Amei a resenha. Eu já tinha ouvido falar do livro, mas não sabia do que se tratava a história, e confesso que agora fiquei com uma enorme vontade de ler, já que assim como você, vivo torcendo para que os personagens se declarem logo, e outros "sufocos" como você disse.

    Beijos.
    www.choqueliterario.blogspot.com.br

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  2. Olá!

    Gostei da sinopse e da resenha, leria de boa, mas se fosse em um outro período. Textos de época não me chamam a atenção.

    resenhaeoutrascoisas.blogspot.com

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