Em outra vida, talvez?

Título: Em outra vida, talvez?
Título Original: Maybe in another life
Autora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Record
Ano: 2018
Páginas:322
Tradução: Claudia Costa Guimarães
Livro: Skoob
Sinopse:

Hannah está perdida. Aos 29 anos, ainda não decidiu que rumo dar à sua vida. Depois de uma decepção amorosa, ela volta para Los Angeles, sua cidade natal, pois acha que, com o apoio de Gabby, sua melhor amiga, finalmente vai conseguir colocar a vida nos trilhos. Para comemorar a mudança, nada melhor do que reunir velhos amigos num bar. E lá Hannah reencontra Ethan, seu ex-namorado da adolescência. No fim da noite, tanto ele quanto Gabby lhe oferecem carona. Será que é melhor ir embora com a amiga? Ou ficar até mais tarde com Ethan e aproveitar o restante da noite? Em realidades alternativas, Hannah vive as duas decisões. E, no desenrolar desses universos paralelos, sua vida segue rumos completamente diferentes. Será que tudo o que vivemos está predestinado a acontecer? O quanto disso é apenas sorte? E, o mais importante: será que almas gêmeas realmente existem? Hannah acredita que sim. E, nos dois mundos, ela acha que encontrou a sua.

Aos 29 anos, Hannah Martin se viu completamente sem rumo. Não tinha emprego, vivia mudando de cidade, e sentia a necessidade de criar raiz em um local só, de estabilidade. Seu último caso fora com um cara que até então ela não sabia que era casado, e após a descoberta, não via mais razão para continuar lá. Gabby, sua melhor amiga desde a adolescência, abriu os braços e convidou a amiga para voltar à sua cidade natal, onde poderia ficar com ela e seu marido.

Hannah logo aceita a oferta, percebendo que sentia falta de sua grande amiga e da vida que deixara para trás, e é assim que ela reencontra Ethan, seu ex-namorado. O término deles fora amigável, algo comum da transição da fase adolescência para adulta, onde Ethan fora cursar faculdade em uma cidade distante, e somente por isso eles preferiram se separar. Ainda assim, quando se reveem, a atração é clara, assim como o sentimento que jamais fora embora.

Mas eu me pergunto quanto o meu mundo seria diferente se qualquer uma dessas coisas tivesse realmente acontecido. Não dá para mudar apenas uma coisa dá? Quando a gente deseja que algumas coisas tivessem acontecido de forma diferente, não dá para querer que as coisas ruins simplesmente evaporem. Precisamos pensar também nas coisas boas que a gente talvez pudesse perder. Bom, acho que o melhor a fazer é permanecer no agora e se concentrar no que pode fazer melhor no futuro.

Ao final da festa que Gabby promovera para Hannah em comemoração à sua volta, Hannah se depara com um momento que mudaria sua vida por completo:

Ir embora com Gabby e seu marido para casa, ou ir embora com Ethan?

Olho para Ethan, depois olho para Gabby.
A vida é longa e repleta de um número infinito de decisões. Preciso acreditar que as pequenas escolhas não importam, que vou acabar onde tenho de acabar independentemente do que fizer.
Meu destino irá me encontrar.
Então, eu decido...

Em duas realidades alternativas e paralelamente, acompanhamos a trajetória de acontecimentos que sucedem ambas as decisões. Eu não sabia o que encontraria nas páginas a partir desse esquema: se a autora contaria primeiro uma versão e depois a outra, ou se o leitor teria opções, como existem em determinados jogos, mas o que Taylor planejou foi o seguinte: No capítulo 4, ela conta o caminho de Hannah ao decidir retornar à casa de Gabby. Infelizmente não posso contar muito do que acontece pois cada detalhe seria um spoiler, mas de forma breve, posso dizer que Hannah sofre um acidente, e isso muda por completo seu destino. No capítulo 5, Taylor conta o caminho de Hannah ao decidir continuar com Ethan. Eles dão uma volta pela cidade, conversam sobre os pãezinhos de canela que Hannah tanto adora, e sobre o relacionamento que tiveram. Hannah e Ethan acabam se acertando, mas uma surpresa faz com que sejam grandes as chances de Hannah perder o seu grande amor. Depois, no capítulo 6, Taylor retorna à versão da Hannah no hospital, e por aí vai. A ordem cronológica do tempo é a mesma, somente os eventos que mudam de acordo com a realidade.



Eu estava louca por esse livro desde o lançamento. Adoro romances, e gosto muito de pensar na grande questão “e se”. Cada um possui uma crença, e eu acredito que cada decisão que tomamos, mesmo as pequenas, podem alterar todo o nosso caminho. A teoria de Taylor já é a de que algumas coisas estão predestinadas. Não importa qual direção seguimos, se é pra acontecer, vai acontecer, uma hora ou outra. Embora as duas realidades afetem a vida de Hannah de forma bem diferente, algumas coisas que acontecem com sua família ou então com sua amiga Gabby acontecem do mesmo jeito, nas duas realidades. E o mais legal é o final, porque Hannah sempre acreditou que Ethan era o seu verdadeiro amor, mas será que existe realmente apenas uma única pessoa certa? E se existir outra pessoa que pode nos fazer tão feliz quanto? Será que temos realmente apenas um destino?

Se for para eu encontrá-lo, eu irei encontrá-lo. Acho que acredito nisso. Mas às vezes eu queria poder decidir meu próprio destino.

Não sei se minhas reflexões ficaram confusas, mas é difícil debater o assunto sem acabar soltando spoiler junto. Admito que a obra não foi exatamente o que eu esperava, mas me agradou da mesma forma. O acidente de Hannah foi um grande choque, e imaginei que essa versão seria levada pra um lado dramático, mas posso garantir que não foi nada disso. Nas duas realidades Hannah amadurece, aprende lições, e acima de tudo, o ponto mais importante e emocionante da história toda, é que Gabby se mostra sua verdadeira cara metade, sua melhor amiga que jamais, em circunstância alguma, a deixou na mão. É lindo ver como a amizade delas é verdadeira e como é importante termos alguém assim no nosso dia a dia.

Ela aperta a minha mão e chora.
E eu penso comigo mesma que, se estando aqui consegui levar embora um centésimo da dor que Gabby sente, então talvez eu tenha um propósito na vida que nunca imaginei ter.
- Divida a dor em duas e me dê metade – peço a ela.
Em outra vida, talvez? é uma história sensível, emocionante e repleta de reviravoltas, assim como é a vida real. Já parou pra pensar que pode existir uma versão sua vivendo uma história completamente diferente da sua, só por ter seguido outra direção?

- E li sobre as diferentes teorias a respeito do universo. Fiquei muito impressionado com uma teoria em especial que diz que tudo o que é possível acontece. Isso quer dizer que, quando a gente joga uma moeda pra cima, ela não dá cara ou coroa. Dá cara e coroa. Todas as vezes que você atira uma moeda pra cima e ela cai com a cara virada pra cima, significa apenas que você está num universo onde a moeda caiu com a cara pra cima. Existe outra versão de você, em algum lugar, criada no segundo em que a moeda foi jogada pra cima e que vê a moeda cair com a coroa pra cima. Isso acontece a cada segundo, todos os dias. O mundo se divide num número infinito de universos paralelos, onde tudo o que pode acontecer de fato acontece. Isso é completamente plausível, aliás. É uma interpretação legítima da mecânica quântica. É uma versão de nós mesmos em algum lugar que escolheu seguir por outro caminho. Um número infinito de versões de nós está vivendo as conseqüências de cada possibilidade nas nossas vidas. O que estou tentando dizer com isso é que eu sei que podem existir universos por aí onde fiz escolhas diferentes e que me levaram a outro lugar, que me levaram a outra pessoa. E o meu coração se parte por cada versão de mim que não terminou ao seu lado.

Nota: 5


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 23 anos, biomédica e autora do livro O Poder da Vingança. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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