O Sol Também é Uma Estrela

Título: O Sol Também é Uma Estrela
Autora: Nicola Yoon
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 288
Livro: Skoob
Sinopse:

Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.
Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.
O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

Natasha está tendo um péssimo dia. Ela e sua família são jamaicanos vivendo ilegalmente nos Estados Unidos. Eles foram parar lá graças ao pai, que estava atrás de seu sonho de atuar em peças teatrais. E graças ao pai, novamente, eles foram descobertos e serão deportados à noite. Natasha odeia que o pai tenha sido tão descuidado, mas mais do que isso, não aceita que terão de voltar para Jamaica, um lugar de onde ela possui poucas recordações. Eles teriam que mudar tudo. Os hábitos, a cultura, as expressões. E Natasha estava cansada de ser arrastada pelos erros do pai. Cansada de ver a família desmoronando graças aos sonhos grandiosos dele. Natasha um dia fora uma sonhadora também, mas não mais.

Em busca de formas para salvar a família, Natasha marca um horário com um advogado de imigrações. E para piorar só um pouquinho o dia, Natasha encontra no caminho o seu ex-namorado, junto da menina com quem ele a traiu. A garota está roubando discos da loja, e Natasha não é a única que percebe e fica inconformada com o que vê. É assim que ela conhece Daniel.

Hoje é a minha última chance de tentar convencer alguém – ou o destino – a me ajudar a descobrir um modo de ficar nos Estados Unidos.
Só para esclarecer: não acredito no destino. Mas estou desesperada.

Os pais de Daniel são coreanos que imigraram para os Estados Unidos e tiveram dois filhos, Daniel e Charles. Mesmo estando num país diferente, eles carregam consigo as tradições, e esperam que os filhos também as sigam. Mas não é o que acontece. Charles foi expulso da faculdade, perdendo o posto de melhor filho, e agora cabe a Daniel dar orgulho aos pais, cortando o cabelo, casando com uma coreana, e comparecendo à entrevista que o garantirá uma vaga na faculdade de medicina. No entanto, Daniel não quer nada disso. Ele gosta do seu cabelo grande, gosta de escrever poesias, e não deseja se tornar médico.

Depois que conhece Natasha, Daniel sabe que vai ter que decepcionar os pais mais ainda, pois ele está apaixonado por uma negra.

- O senhor tem alguma ideia de como é não se encaixar em lugar nenhum? – De novo falo baixo demais para ser ouvida, e de novo ele escuta.

É exatamente isso. Daniel se apaixona à primeira vista por Natasha. Diz que foram destinados um ao outro, e que até o final do dia, ele a convencerá de que também está apaixonada por ele.

Em apenas 8 horas, muitas coisas acontecerão entre/com Daniel e Natasha. Os dois possuem crenças e pensamentos muito diferentes. Enquanto Natasha é cética e realista, Daniel é sonhador. Ambos ensinam uma nova perspectiva de enxergar as coisas ao outro, e aos poucos, com tudo o que acontece com eles durante aquele dia envolvendo os pais de Daniel e a deportação de Natasha, o sentimento vai crescendo de uma forma inexplicável.

Talvez parte de se apaixonar por alguém também seja se apaixonar por si mesmo. Gosto de quem sou com ela. Gosto de dizer o que estou pensando. Gosto de prosseguir apesar dos obstáculos que ela coloca. Normalmente eu desistiria, mas não hoje.

Mas no fim das contas, será que Natasha conseguirá salvar a família e ter mais alguns dias como americana? Será que Daniel vai ter coragem de enfrentar a família? Será que foi mesmo o destino que os uniu?

Durante o dia inteiro acreditei que estávamos destinados um ao outro. Que todos os lugares e pessoas, e todas as coincidências, estavam nos empurrando para ficarmos juntos para sempre. Mas talvez isso não seja verdade. E se essa coisa entre nós estivesse destinada a durar somente um dia? E se formos as pessoas intermediárias um do outro, uma parada na estrada que ruma a outro lugar?
E se formos apenas um desvio na história de outra pessoa?

Decidi ler essa obra por conta de Tudo e todas as coisas, livro escrito pela mesma autora, e que eu gostei bastante. Num geral, a premissa é muito interessante, principalmente por contar a realidade que muitos imigrantes vivem, além de tratar também sobre preconceito, esteriótipos e nos trazer reflexões com as conversas de Daniel e Natasha.

Dizemos a nós próprios que existem motivos para as coisas que acontecem. Mas, na verdade, só estamos contando histórias para nós mesmos. Inventando. Elas não significam nada.

Os capítulos são curtos e intercalados entre o Daniel e a Natasha. Também temos histórias paralelas em alguns capítulos, que contam sobre personagens secundários que fizeram parte da jornada do casal, e que de alguma maneira, eles mudaram a vida dessas pessoas também. Achei bem legal essa parte, mostrar o impacto que temos na vida de outra pessoa, mesmo que brevemente. Como nossas palavras e ações podem fazer toda a diferença.

E um fato que eu adorei: As músicas! Natasha é fã de Nirvana e Chris Cornell, então eu super botei a trilha sonora pra tocar e entrei no clima né. Amooo hahaha e o Daniel ainda canta ABBA uma hora no karaokê. Livros com músicas me ganham fácil!

Fato Observável: não acredito em magia.
Fato Observável: nós somos magia.

A ideia de a história se passar num único dia me lembrou outras do estilo que já li, como A Improvável Teoria de Ana e Zack, e os livros da Jennifer E. Smith (principalmente A Probabilidade Estatísticado Amor à Primeira Vista). Adoro livros assim onde o amor vai crescendo proporcionalmente num dia só, mas não é o que acontece com O sol também é uma estrela.

Sei que não existe isso de “feitos um para o outro”, no entanto fico imaginando se talvez não esteja errada.

Eu achei que foi justamente o romance forçado que estragou a história. Eu ficaria assustada no lugar da Natasha pelo amor descomunal do Daniel. Se encantar com uma pessoa, se sentir atraído por ela, sentir que tem uma conexão, ok. Mas foi um pouquinho demais essa paixão. E acho que sim, o destino os uniu por um motivo, mas não por eles serem alma gêmeas ou coisa do tipo. O destino os uniu para que eles aprendessem e amadurecessem. Se eles não tivessem se conhecido, o futuro certamente seria diferente. Mas o encontro os tornou mais fortes, fizeram com que eles refletissem sobre como estavam vivendo e o que deveriam fazer para reverter aquilo. Não sei, acho que o papel do destino foi torná-los pessoas melhores, mais experientes e corajosas.

No amor, a meia-vida é a quantidade de tempo que demora para os amantes sentirem metade do que sentiram um dia.

Em suma, apesar do romance um pouco exagerado, O sol também é uma estrela é uma história magnífica de luta, autodescoberta e superação. Uma história para aquecer o seu coração.

As pessoas passam a vida inteira procurando o amor. Mas como a gente vai confiar numa coisa que pode acabar tão subitamente quanto começa?

Nota: 4


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 22 anos, biomédica. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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