O Código da Febre

Título: O Código da Febre
Título Original: The Fever Code
Autor: James Dashner
Série: Maze Runner - #0,5
Editora: Selo Jovem Plataforma21 – V&R
Ano: 2016
Páginas: 370
Tradução: Edmundo Barreiros
Livro: Skoob
Sinopse:

Era uma vez o fim do mundo Florestas foram queimadas, lagos e rios secaram, oceanos transbordaram. Uma peste febril se espalhou pela Terra, dizimando famílias inteiras. Homem matou homem. A violência reinou. Não havia mais lugares seguros. Então, surgiu o CRUEL. Pesquisa após pesquisa, essa organização não mediu esforços para encontrar respostas... para encontrar a cura.
O CRUEL fez testes em crianças. Algumas delas, além de imunes, eram especiais... como Thomas e Teresa. Juntos eles foram designados a trabalhar em um experimento: o Labirinto.
Mas, ao que parece, nem tudo foi dito. Segredos e mentiras irão perturbar Thomas. Quais relações de lealdade são realmente verdadeiras?
O código da febre é a aguardada prequel da saga Maze Runner. Prepare-se, porque nada será como antes. Todas as respostas serão reveladas.

Nossa!

E é por reações como essa que o James Dashner é um dos meus autores favoritos.

O Código da Febre faz parte da série (trilogia?) de Maze Runner. Eu considero uma trilogia pois os livros que dão início e fim à história é Correr ou Morrer, Prova de Fogo e A Cura Mortal. Ordem de Extermínio, quarto volume, foi lançado um ano após A Cura Mortal, mas não é uma continuação do terceiro volume.

Para quem não conhece, Maze Runner conta a história de Thomas, um garoto que acorda sem memória num lugar que desconhece, e é recebido por um bando de garotos. Logo, ele descobre que está na Clareira, um lugar rodeado de paredes rochosas e labirintos, contra a vontade. Todos os garotos foram mandados para lá, e recebiam os suprimentos através da caixa, mas só. Não havia contato com o mundo exterior, e eles ainda tinham que se preocupar em não ser atacados pelos Verdugos.

Para quem acompanhou os lançamentos, sabe que a história vai muito além disso. Infelizmente não fiz resenha de Ordem de Extermínio (também não sei porquê), mas lembro bem da devastação que assombra o livro. Esse volume conta o que houve com o mundo antes das crianças serem capturadas e introduzidas ao Labirinto. Os protagonistas não têm relação com os personagens dos volumes anteriores, mas nos apegamos à eles com a mesma facilidade. De certa forma, a luta deles é a mesma, atrás de respostas. No entanto, enquanto as crianças estão tecnicamente protegidas, os personagens do quarto volume presenciam diariamente a crueldade, o sofrimento dos que contraíram o vírus, e a raça humana sendo quase exterminada.

- Isso é muito importante - disse ela. - A coisa mais importante no mundo.
- Sim - disse ele em voz baixa. - Porque o CRUEL é bom.

[CONTÊM SPOILERS]


O Código da Febre foi lançado três anos depois de Ordem do Extermínio, e é um prequel, considerado o volume 0,5 por contar como Thomas foi parar no labirinto e como ele contribuiu para a sua construção. Além disso, ele cumpre com a sua função: trazer respostas. É para isso que esse livro existe, para atender aos pedidos dos leitores, que desejavam tanto se infiltrar no CRUEL e descobrir os seus segredos sombrios.

A obra começa com Newt, sua irmã Sonya e seus pais. Eles não estavam infectados, e ainda assim a equipe do CRUEL leva as duas crianças para o laboratório. Quando chegam, eles ainda são bem pequenos. Newt tem cerca de 5 anos, e têm de ser separado da irmã, que vai para o grupo B, enquanto ele fica no grupo A. Como aqueles homens eram capazes de tirar dele tudo o que restava? Como?! Na verdade, isso ainda era pouco. Eles fazem mais. Eles obrigam todas as crianças a esquecerem seus nomes reais e aceitarem o novo nome dado por eles.

Thomas se recusa. Ele não vai esquecer seu nome. Ele promete a si mesmo que lutaria bravamente até o fim. Mas os homens são fortes, e usam de artifícios que o ferem, o traumatizam, mesmo sendo apenas uma criança, e o forçam a esquecer.

Thomas passou os primeiros anos completamente isolado. Não escutava as outras crianças, não tinha permissão de entrar em contato com elas, nem sabia se de fato elas existiam. A única coisa que ele sabia é que era imune, e o CRUEL estava em busca de uma cura para o Fulgor, por isso era testado, como uma cobaia.

– Não é muito estranho que sejamos imunes? Quero dizer, isso devia ser a coisa mais legal do mundo, nós não termos de nos preocupar com nos transformar em loucos.
– Certo.
– Mas tudo o que isso fez por nós foi nos encerrar neste lugar idiota. O nome deles devia ser TÉDIO, não CRUEL. Estou seriamente ficando louca de permanecer trancada em salas o dia inteiro.

Ele seguia uma rotina maçante: levantar, fazer exames médicos, ter diversas aulas, e voltar para a cama. Mais tarde, a Dra. Paige, a quem ele se afeiçoou, contou que as aulas ajudavam a revelar o seu potencial, e mostraram que Thomas era especial, assim como Teresa.

Thomas foi apresentado à Teresa anos depois. Sua empolgação era tanta que ele mal sabia como reagir. Não demorou muito para que Teresa se tornasse sua melhor amiga. Além de serem encaminhados para auxiliarem na construção do Labirinto, eles compartilhavam de algo único: a capacidade de se comunicarem telepaticamente, somente um com o outro.

E logicamente, os nossos outros personagens queridos não poderiam ficar fora dessa, né? Um dia, Thomas escuta uma batida na porta no meio da noite, e encontra um garoto magricelo e loiro que se apresenta como Newt. Ele leva Thomas e Teresa por corredores, até se juntarem a Minho e Alby, que logo se tornam seus amigos e, juntos, se divertem como nunca.

Em toda a trajetória de anos decorrendo e os garotos crescendo, também vemos como eles conheceram Chuck, Gally, Caçarola, Aris, Rachel, entre outros.

Ele só queria mentir para si mesmo e fazer isso.
O futuro, um mundo livre de Cranks, ele e os amigos vivendo no paraíso.

Eu sei que todos os leitores de Maze Runner pegou esse livro atrás de respostas, mas gente, feelings! So much feelings! Tiveram algumas surpresas quanto ao CRUEL, sim, mas a amizade de Thomas com os garotos, senhor! E ainda acompanhar seus primeiros dias no labirinto, Thomas assistindo tudo, sofrendo pelos amigos sem memória, querendo desesperadamente salvá-los, tirá-los dali. E pra nós que já sabemos tudo o que vai acontecer, aaah meu deus, é mais desesperador ainda! Eu quis abraçar todos e enfiar num potinho. Tanta desgraça que aconteceu em suas vidas, tanta coisa que poderia ter sido evitada, tudo por erros de outrem. Fiquei realmente abalada vendo certos personagens que não devo citar nomes. Não foi nada legal, Dashner. Nada legal. Meu coração destroçou, viu?

Por outro lado, dá pra compreender muito mais a relação de Thomas e Teresa. Se eles tiveram conflitos em Maze Runner, saibam que isso vêm de antes. A intensidade do que sentem um pelo outro é indescritível, mas o que os separa é a divergência de opiniões. Enquanto Thomas pensa de um jeito, altruísta e generoso, Teresa pensa de forma completamente diferente, estratégica e direta. E é isso que os divide.

Eu nunca fui muito fã da Teresa. Shippei o Thomas com a Brenda, sim. Aliás, ela e o Jorge também aparecem nesse volume. Mas aqui, eu consegui entender melhor o lado dela, e fiquei igualmente dividida. Entendi os dois, e o tamanho da complexidade que estavam vivendo. Eles precisavam escolher um caminho, e cada um escolheu o que considerou que era o certo. Nós clareanos sabemos o fim que isso deu, mas ah, feelings! Não tem como não se comover. Não mesmo. Acho que nunca vou estar pronta pra me despedir deles. Que tal um quinto volume como continuação de A Cura Mortal, Dashner? Ein, ein?!

Nota: 5


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 21 anos, biomédica. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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