Dama da Meia-Noite

Título: Dama da Meia-Noite
Título Original: Lady Midnight
Autora: Cassandra Clare
Série: Os Artifícios das Trevas - #1
Editora: Galera Record
Ano: 2016
Páginas: 574
Livro: Skoob
Sinopse:

Em um mundo secreto onde guerreiros meio-anjo juraram lutar contra demônios, parabatai é uma palavra sagrada.
O parabatai é o seu parceiro na batalha. O parabatai é seu melhor amigo. Parabatai pode ser tudo para o outro mas eles nunca podem se apaixonar.
Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip, e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira.
Suas buscas levam Emma de cavernas no mar cheias de magia para uma loteria sombria onde a morte é dispensada. Enquanto ela vai descobrindo seu passado, ela começa a confrontar os segredos do presente: O que Julian vem escondendo dela todos esses anos? Por que a Lei Shadowhunter proíbe parabatais de se apaixonarem? Quem realmente matou seus pais e ela pode suportar saber a verdade?
A magia e aventura das Crônicas dos Caçadres de Sombras tem capturado a imaginação de milhões de leitores em todo o mundo. Apaixone-se com Emma e seus amigos neste emocionante e de cortar o coração no volume que pretende deliciar tantos novos leitores como os fãs de longa data.

Instrumentos Mortais:
1. Cidade dos Ossos
2. Cidade das Cinzas
3. Cidade de Vidro
4. Cidade dos Anjos Caídos
5. Cidade das Almas Perdidas
6. Cidade do Fogo Celestial

Peças Infernais: 
1. Anjo Mecânico
2. Príncipe Mecânico
3. Princesa Mecânica

Os Artifícios das Trevas: 
1. Dama da Meia-Noite

Pensei muito antes de escrever essa resenha. Geralmente, eu evito resenhar livros que gostei muito porque certamente vou ficar frustrada com a sensação de que não ficou bom o suficiente, mas eu precisava falar com alguém sobre ele.

Instrumentos Mortais é a minha série favorita desde sempre. Nunca vou me esquecer de uma amiga reclamando que eu tinha ido parar na Cidade dos Ossos, e ela ficava mesmo furiosa com os meus sumiços.

Tristemente, nesse meu mundinho shadowhunter, a maioria dos meus amigos não são muito fãs da série, então sobrou pra vocês aguentarem os meus surtos *ou com sorte, surtarem junto comigo*.



Emma Carstairs teve os pais assassinados por Sebastian Morgestein na Guerra Maligna quando tinha apenas 12 anos. Seu maior refúgio foi a família Blackthorn, cujos pais haviam perdido pela mesma ocasião. Helen e Mark Blackthorn, os irmãos mais velhos, eram metade fada, metade Nephilim. A lei sancionada após o término da guerra determinava que absolutamente ninguém deveria interagir com as fadas, que ajudaram Sebastian a propagar terror. Por isso, Helen foi exilada e Mark foi obrigado a se juntar à Caçada Selvagem. Uma vez dentro, ele estaria sob o controle dos Caçadores e nunca mais, em hipótese alguma, seria liberado. A barra pesou nas costas de Julian Blackthorn, de apenas 12 anos. Totalmente atordoado pela súbita perda dos familiares, ele teve de se tornar adulto muito rápido. Em sua responsabilidade estavam seus irmãos, os gêmeos Tiberius (Ty) e Livia (Livvy), a Drussila (Dru) e o bebê Octavian (Tavvy). O tio Arthur foi convocado a dirigir o Instituto de Los Angeles, onde moravam, e Diana assumiu o cargo de tutora das crianças. Malcolm Fade, o alto feiticeiro de Los Angeles, também dá suporte à família.

Cinco anos depois, Emma continua nas investigações acerca da morte dos pais. Ela não aceita que Sebastian tenha sido o assassino, e por isso seguiu pistas durante esse tempo na esperança de encontrar o verdadeiro culpado, se vingar, e provar à Clave que estava certa. No entanto, todas as pistas levavam a becos sem saída.

Até que uma sequência de mortes acontece.

Nunca se esqueça, Jules. As escolhas que fazemos também nos fazem.

Os corpos estão marcados por frases idênticas às que foram encontradas nos corpos de seus pais. E essa pista, em especial, é como uma luz no fim do túnel para Emma. A primeira decisão que ela toma é ir ao Mercado das Sombras tirar informações de Johnny Rook, um mundano com a Visão que trabalha com segredos, ou seja, ele os vende em troca de algo que o interesse, sendo portanto conhecido como um traidor perigoso.

Na mesma época, uma caçadora de sombras do instituto da Espanha viaja para o instituto dos Blackthorn, como um intercambio. Na realidade, Cristina está fugindo da mágoa, fugindo de pessoas que a decepcionaram terrivelmente em sua cidade natal. A amizade de Emma e Cristina é muito bonita. Elas não se pressionam, respeitam o espaço e os segredos, e ainda assim confiam cegamente uma na outra. Logicamente que Cristina prova ser digna dessa confiança, e é pela sinceridade, lealdade e cautela da personagem que a adorei tanto. Ela é o tipo de amiga que queríamos tirar do livro e guardar num potinho pra consultar sempre que precisássemos de conselhos.

— Não sou um Blackthorn — repetiu ela. As palavras machucavam: vinham de uma profundeza de verdades, um lugar que ela hesitava olhar de perto. — Não pertenço ao Instituto. Estou aqui por sua causa, porque sou sua parabatai, então, tiveram que me deixar ficar. O resto de vocês não precisa provar nada. Eu preciso. Tudo que eu faço é... é um teste.
— Não estou te testando, Emma — disse ele. — Você já me provou tudo.

Após uma viagem curta e indispensável com a família, Julian volta estranho, distante. Emma percebe isso com uma palpitação diferente da que sentia com a saudade de ter seu parabatai longe. Eles realizaram o ritual de parabatai aos 14 anos e se conheciam como ninguém. A barra de agir como um adulto sobrecarregava Julian cada vez mais. Ele queria ser um irmão, brincar e fazer besteira, não ser o pai que tinha de ser firme e dizer não. As crianças dependiam dele, e ele não poderia vacilar. E pra completar a dor de cabeça, Julian vinha alimentando um sentimento perturbador por Emma. Ele a desejava, a amava, mas não podia. Por lei, parabatais não eram permitidos a ter relações amorosas um com o outro. A violação da regra resultava na remoção das Marcas, um ato ao qual nem todos sobreviviam. A lei era dura, mas era a lei.

Entre descobertas e lutas, a família avança na tradução das frases e no significado delas. De uma coisa eles tem certeza: Existe um chefe organizando aquela necromancia, alguém chamado de Guardião. Mas quem seria ele? Qual seu objetivo? As peças vão se encaixando vagarosamente até alcançarmos o final revelador.

Por um momento desejou que tivesse palavras para explicar melhor: como amar alguém mais do que a si mesmo dava força e coragem; como se ver nos olhos de seu parabatai significava enxergar a melhor versão de você mesma; como, na melhor das hipóteses, lutar ao lado de seu parabatai era como tocar instrumentos harmoniosamente um com o outro, cada trecho musical melhorando o do outro.
— Nos filmes, Watson se joga na frente de Sherlock quando ouve um tiro — disse Ty, parecendo pensativo. — Isso é tipo parabatai.

Cassandra Clare segue o mesmo lema que Rick Riordan. Eles amam tanto o universo que criaram que não são capazes de abrir mão deles *AMÉM IRMÃOS*.

Emma e Julian são apresentados no último volume de Instrumentos Mortais (Cidade do Fogo Celestial). E então, em Dama da Meia-Noite, temos aquele enfarto literário de quando o autor coloca todos os nossos queridos e amados personagens em um livro só. Nele, além dos nossos protagonistas, temos a presença em cenas importantes de Clary, Jace, Magnus, Tessa e Jem [aaaaa]. Inclusive, o último capítulo é um extra onde o destaque são os nossos personagens originais, todos perfeitamente lá. Clary, Jace, Alec, Isabelle, Simon, Magnus. E com certeza eles ainda vão dar um alô nos volumes seguintes! Yeeeey.

— Eu vim para Los Angeles para trazer de volta o amor — disse Malcolm, os olhos violeta lúgubres. — Todos os grandes filmes são sobre amor. Amor perdido, amor encontrado, destruído, recuperado, comprado, vendido, morrendo e nascendo.

Como todos os livros da Cassandra, eu amei Dama da Meia-noite. O desenvolvimento do mistério é cuidadoso, detalhoso, pegada por pegada, mas admito que o final tenha sido um pouco previsível (ou não, depende do quanto se está acostumado com as histórias dela). Como nem tudo são flores, achei sim algumas partes enroladas, de repetição constante, também característico da escrita dela. E, como todos os livros da Cassandra, temos o bendito triângulo amoroso. Zzzzz. Sério Cass, como fã assumida da série, devo dizer que já deu, né? Pó parando. Sei que são personagens incríveis e todos devem ser amados, mas odeio triângulos amorosos, e vocês vão perceber que esse em especial é forçado e desnecessário. Nossa, parando pra pensar, acho que existe indiretamente uns três triângulos nesse livro! E no próximo, pelo fim, já ficou BEM claro que um deles, pelo menos, vai se firmar de verdade. Aliás, um deles é com um personagem que amei MUITO, e é o Mark. Não falarei mais que isso pra não soltar spoilers haha.

Se levantei os pontos negativos, podem acreditar quando digo que a escrita da Cassandra é excepcional. É objetiva, esclarecedora e envolvente. Estava louca por esse livro desde o lançamento e quando o peguei foram 300 páginas em horas que passaram sem eu nem reparar. O universo dos Caçadores de Sombras e do Submundo é sensacional. Para quem leu as séries anteriores, é aquele gostinho familiar de estar em casa. Para quem ainda não leu, recomendo começar por Peças Infernais e depois ir para Instrumentos Mortais – que, tecnicamente, é a ordem cronológica dos anos. E, aliás, nas primeiras páginas do livro temos um mapa mostrando cada local importante onde as cenas acontecem. O instituto, o mercado, o teatro, a corvergência, e por aí vai.



Emma é uma personagem corajosa, forte e desafiadora. Gostei bastante das atitudes dela e de toda sua energia. Julian dá vontade de pegar no colo e desaparecer. O coitado vive sob tanta pressão que eu desejo mesmo que no segundo volume ele possa aproveitar mais sua juventude. Ty é um garoto quieto, mas de temperamento forte. Ele e Livvy embora tenham uma conexão, são bem diferentes. Ela parece mais matura. Dru e Ty dividem o amor pelo terror, filmes assustadores e de suspense. E já o Tavvy é aquele fofuxo amorzinho. As vezes eu tinha a impressão que a Cassandra (ou o Julian) exageraram. Ele era superprotetor e assumia todas as responsabilidades, mas come on, Livvy e Ty tem 15 anos, e Julian ainda os tratava como se fossem frágeis, sendo que o próprio cara teve de se virar aos 12 anos! E por outro lado, o Tavvy ingênuo e pequeno falou de um jeito totalmente adulto numa cena, e nada característico de criança, e aí eu fiquei ué. Parece que, por conta de todo o cuidado de Julian, eles se acomodaram na infância. Ou então Julian é que não aceita enxergar como os irmãos cresceram. Mas ok, toda a bagunça deles dá aquela balançada no livro, então é válido!

Resumindo, Dama da Meia-noite é mais uma história dos nossos Shadowhunters que me deixou fascinada. Espero muito que a Cass seja boazinha e lance logo o segundo volume, tipo amanhã! S2.



Nota: 5

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 21 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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