Isla e o Final Feliz

Título: Isla e o Final Feliz
Título Original: Isla and the Happily Ever After
Autora: Stephanie Perkins
Editora: Intrínseca
Páginas: 304
Ano: 2015
Livro: Skoob
Sinopse:

Tímida e romântica, Isla tem uma queda pelo introspectivo Josh desde o primeiro ano na SOAP, uma escola americana em Paris. Mas sua timidez nunca permitiu que ela trocasse mais do que uma ou duas palavras com ele, quando muito.
Depois de um encontro inesperado em Nova York durante as férias envolvendo sisos retirados e uma quantidade considerável de analgésicos, os dois se aproximam, e o sonho de Isla finalmente se torna realidade. Prestes a se formarem no ensino médio, agora eles terão que enfrentar muitos desafios se quiserem continuar juntos, incluindo dramas familiares, dúvidas quanto ao futuro e a possibilidade cada vez maior de seguirem caminhos diferentes.
Com participações de Anna, Étienne, Lola e Cricket, personagens mais do que queridos pelo público apresentados em livros anteriores da autora, Isla e o final feliz é uma história de amor delicada, apaixonante e sedutora, um desfecho que vai fazer os fãs de Stephanie Perkins suspirarem ainda mais.


E voltamos à SOAP!

Li Anna e o Beijo Francês há uns anos, já (Natal de 2011. Pois é), mas nunca me esqueci do quanto eu amei a escrita da Stephanie. Sendo assim, quando lançou Lola e o Garoto da Casa ao Lado eu fiquei realmente louca pra ler, mas fui enrolando, enrolando e não li. Enquanto a Carol o leu em 2013, eu fui ler semana passada. E amei mesmo! Tanto que, em seguida, precisei ler Isla, seguindo a ordem dos lançamentos, visto que as histórias se cruzam.

— Você lê bastante.
— É mais seguro do que me aventurar de verdade.

Enquanto Lola se passa em Manhathann, Isla se passa principalmente na SOAP, onde era situada a história da Anna. Porém, durante suas férias escolares, Isla vai para Manhathann. Tã-nã, já estão sentindo tudo se cruzar, certo?
E tudo se cruza um pouco mais, porque Isla é apaixonada por Josh e, se vocês voltarem na minha resenha de Anna, vão ver que ele é um dos melhores amigos de St. Clair e filho de um senador que passa tempo demais longe do filho.
Apesar de ser apaixonada por ele desde sempre, Isla, Ay-la, nunca teve coragem o suficiente para falar com ele. As últimas vezes que eles trocaram palavras foram no mínimo constrangedoras: ele falava, e ela encarava. Mas isso muda após uma cirurgia de retirada dos sisos e uma dose insana de analgésicos: fora de si, Isla o encontra em um café e toda sua timidez e inibição vão embora - e os detalhes do dia, na manhã seguinte, também!
Assim, quando volta para a SOAP no início do ano, Isla está morrendo de vergonha pelo que fez, ainda mais que Josh nunca mais apareceu no café - onde ela ainda tentava encontrá-lo para uma conversa, lembrando-se de que ele a havia desenhado naquele dia. E mais: seu novo quarto, é exatamente o quarto que era de Josh no ano anterior.

Isla é uma menina sem muitos amigos, seu melhor amigo é Kurt, um menino com certo nível de autismo. Eu gostei dele, me lembrou, na verdade, uma pessoa que já conheci. Ele não é exatamente uma pessoa fácil de se lidar, mas visto que é seu amigo desde infância, ela sabe como contornar as situações com ele.
Mas com a volta às aulas, ela e Josh se aproximam, mesmo após o verão todo sem se ver e, claro, um romance surge ali. Um romance que Kurt não vai exatamente facilitar, mas Josh se esforça para lidar e se dar bem com ele.

Eu queria que o mundo nos engolisse aqui, agora, por inteiro, neste exato momento. E é ai que a ficha cai, que me dou conta de que isso – isso – é se apaixonar.

Como todo bom e velho romance, eles se apaixonam. Josh é maravilhoso, Isla é uma personagem um tanto quanto difícil. O problema, aqui, eu acho, não é que eles se apaixonam rápido demais - ela sempre gostou dele. Mas eles ficaram juntos muito rápido, muito amor demais de uma vez e, claro, isso complica tudo: no começo do livro o Final Feliz já está lá, então claro que algo tem que estragar. Nesse caso, seria uma junção de: Manhathann (não a cidade, a irmã de Isla, mesmo, Hattie), Kurt e os pais de Josh e toda a política que os envolve. Ah, e claro, uma Isla muito cabeça dura e cheia de inseguranças que gera um drama desgraçado.

O romance deles é muito gostoso, Josh é um personagem meio perturbado visto que sua era com seus amigos se foi (ele era da época do St. Clair, que já está noivo de Anna, lá longe), seus pais são afastados e só pensam na política e, para ele, só resta seus desenhos. E Isla.
Enquanto Isla... Bom, ela tem Kurt e tem o Josh. E aí que ela larga o Kurt de lado em seu drama, vira aquela confusão com Josh, e ela fica sozinha. E dramática, cheia de inseguranças, e a verdade é que eu quero bater nela.

Gosto muito muito que haja inúmeras referências às histórias anteriores e que todos os personagens se juntem em dado momento (Ah, que cena maravilhosa, sério!). Aliás, eu já tinha dito isso na minha resenha de A Espada do Verão e até elogiei o Tio Rick. Portanto, fica aqui meu elogio à Perkins também, por fazer essa série-que-não-é-série, cruzando histórias, nos fazendo lembrar de algumas coisas, citações e tudo mais. Adoro.

Infelizmente, dos três livros, Isla foi o que eu menos gostei. Parece que a Perkins acabou se perdendo, deixando eles juntos rápidos demais, e de repente não tinha mais o que fazer, então: vamos fazer eles mesmos se complicarem. E eu fiquei com muita raiva da cena que Isla fez. Queria bater na Hattie, também (mas isso passou, depois eu quis abraçá-la). Mas acho que essa cena toda, Isla ficar um pouco sozinha, foi bom para ela começar a refletir sobre algumas coisas e sair do modo Bella Swan em que ela se encontrava (essa comparação vai pra uma resenha que li no Skoob! Muito boa).

Porém, isso não quer dizer que seja um livro ruim. Não é. Eu ainda me apaixonei também, ainda é aquela leitura leve, a típica escrita da Stephanie, só que simplesmente... Não é o melhor dos três, é o mais fraquinho.

Espero muito, de coração, que alguns personagens secundários ganhem suas próprias histórias também, porque não me vejo preparada ainda para largar a história deles. A SOAP e o cinema de Manhathann. E ver esses personagens, depois, pelo POV de outros, em outros livros, é muito legal, mesmo.

- Estou... quase lá. Estou começando a achar que talvez não haja problema em ser uma tela em branco. E que, talvez, tudo bem também se o futuro for desconhecido. E talvez – digo com um sorriso enfático – não haja o menor problema em se inspirar em pessoas que sabem o que querem para o futuro.

Nota: 4


Sobre mim: Letícia Proença (Leeh), 21 anos, estudante de Medicina Veterinária em Botucatu, até hoje não sabe como leva a graduação e a paixão por sites e livros lado a lado. Canceriana louca, gostaria de saber como aumentar as horas do dia para poder fazer tudo o que gosta.

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