Caixa de Pássaros

Nome: Caixa de Pássaros
Título Original: Bird Box
Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Livro: Skoob
Sinopse:

Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.


Quanta apreensão! Antes de ler essa resenha, certifique-se bem de que as janelas estejam devidamente cobertas. Você não pode ver o mundo lá fora. Se não elas te encontrarão. As criaturas.

Malorie descobre estar grávida logo quando uma avalanche de acontecimentos estranhos começa a surgir. O mundo está de cabeça pra baixo, as pessoas tomam atitudes inesperadas de agressividade, tanto com as outras pessoas próximas, quanto consigo mesmas, se mutilando até estarem estraçalhadas. A princípio, os casos iniciaram a desapontar em determinadas regiões. A maior parte da população não acreditava ser possível alguém mudar de comportamento, se tornar insano, somente ao ver alguma coisa. Algo, já que ninguém sabia afinal o que/quem era o causador daquela perturbação toda. Mas com o tempo, a situação tomou tamanha proporção que se espalhou pelo mundo todo; ninguém podia escapar, a não ser que estivesse vendado.

Malorie foi uma dessas pessoas que demorou a crer que aquilo era real, e quando tomou consciência, já era tarde. Sua família desaparecera e, sabendo que cedo ou tarde precisaria de suprimentos pra continuar sobrevivendo, e que precisaria salvar seu filho, ela cria coragem para ir atrás de uma casa que ela sabia que aceitavam pessoas novas para abrigar. No caminho, ela percebe a gravidade em que se encontravam. Casas trancadas, cobertores nas janelas, algumas abandonadas, e nem sequer um ser humano na rua além dos corpos inertes. Então imaginem o alívio de Malorie ao chegar à casa e ser acolhida por Tom, Felix, Jules, Cheryl e Don, sem saber que nos dias que seguiriam eles seriam sua âncora, ao mesmo que passariam por angústias e desafios juntos.

Mas a história não começa assim. Nas primeiras páginas somos apresentados à Malorie e seus dois filhos, partindo para uma decisão que pode definir o resto de suas vidas. Malorie os treinou bem, ela sabe disso; mesmo com 4 anos, a Menina e o Garoto tem uma audição aguçada, estão prontos pra alertá-la, então Malorie os leva para o barco, por onde seguirão pelo rio. Vendados.

“— Dá medo, não dá? — pergunta Tom.
— Dá.
— Bem, não deixe que dê. É só um dos medos do velho mundo que a gente persiste em carregar.
— Que medo?
— O do porão.”

A partir disso, os capítulos intercalam entre presente e passado. Enquanto acompanhamos a jornada de Malorie e seus filhos temendo as criaturas, seguimos também a trilha de acontecimentos que os levaram até ali. Toda a aflição pela qual passaram, precisando se arriscar nas ruas para buscar alimentos, ir até o poço buscar água, e a sensação persistente de ter algo os seguindo, espreitando pela casa, esperando só uma oportunidade, uma brecha para entrar e levar todos à loucura.

Confesso que o começo é bem bizarro. A narração (que é no presente) não me agradou, mas ainda assim aquela confusão toda dela quanto a ir ao rio ou não me prendeu. Eu sempre acabo gostando dessas coisas psicóticas e estranhas, então talvez tenha sido isso que me deu curiosidade em continuar e descobrir no que ia dar. Quando o autor passa a relatar os momentos onde o surto de assassinatos/suicídios começou, isso instiga mais o leitor, nos faz começar a criar suposições do que poderia ser aquilo, do porque as pessoas são tão afetadas pelo que veem. E isso dura, viu! Durante o livro inteiro nós permanecemos na dúvida, pensando no que eles poderiam fazer de diferente para testar, para encontrar uma cura, uma fuga. E isso é o que nos faz ir em frente. Porque, embora pareça ser um livro pé no chão, com passagens mais amenas, quando nos deparamos com o pavor, é pra valer. As cenas em que eles sentem a presença de outro ser junto deles, é de tirar o fôlego. Você mesmo se sente surtando, querendo berrar pra que o personagem saia correndo dali. E o autor constrói essas cenas com calma, nada corrido; ele desenvolve passo a passo, caracterizando o desespero, o conflito interno de Malorie, e isso sim mexe com o nosso psicológico, prende a atenção, o torna um verdadeiro thriller, mesmo que o final decepcione.

Pois é. Com a adrenalina que terminei a leitura, eu cheguei a dar 5 estrelas. Mas depois parei, pensei bem, e vi que aquilo pelo qual ansiei tanto, não houve. O livro inteiro foi montado com grande maestria, mas alguns aspectos ficaram abertos. A história tem um final, sim, foram outros detalhes que ele deixou escapar para que o leitor criasse a própria teoria. Não sei dizer se isso foi bom ou ruim, fiquei bem na corda bamba, por isso acabei dando essa nota. Mas pra quem gosta de um mistério que causa aquele emaranhado na cabeça, esse é um prato cheio!

Aliás, deixa eu fechar a janela aqui. SEM ABRIR OS OLHOS!!

Nota: 4

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 20 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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