[ESPECIAL DE HALLOWEEN] Boneca de Ossos



Sejam bem vindos, meros mortais, à semana dedicada a uma data tão especial para nós da Caverna, o tão conhecido e pavoroso Halloween!
Como não tivemos a sorte de nascer num país onde é tradição as crianças se fantasiarem de seres sobrenaturais e baterem na casa da população pedindo por doces, nós resolvemos trazer pelo menos um pouco desse gostinho pra cá, e compartilhar com todos vocês! Não, não vamos lançar um desafio para que vocês se vistam de Harry Potter ou Drácula ou Gasparzinho e saiam pedindo guloseimas por aí (mesmo porque é bem capaz que nem abrissem a porta, mas seria boa a tentativa). E também não podemos marcar uma sessão de cinema pra todo mundo berrar e infartar de medo juntos. MAS, com certeza podemos indicar livros/filmes/músicas de tirar o sono, e essa é justamente a nossa proposta! A semana especial de Halloween da Caverna começa a partir de hoje, e irá até o dia 31/10. Então o que estamos esperando? Só não esqueça de olhar bem ao redor, pois nós nunca estamos sozinhos.



Nome: Boneca de Ossos
Título Original: Doll Bones
Autora: Holly Black
Editora: Novo Conceito, selo #irado
Livro: Skoob
Sinopse:

POPPY, ZACH E ALICE sempre foram amigos. E desde que se conhecem por gente eles brincam de faz de conta – uma fantasia que se passa num mundo onde existem piratas e ladrões, sereias e guerreiros. Reinando soberana sobre todos esses personagens malucos está a Grande Rainha, uma boneca chinesa feita de ossos que mora em uma cristaleira. Ela costuma jogar uma terrível maldição sobre as pessoas que a contrariam. Só que os três amigos já estão grandinhos, e agora o pai de Zach quer que ele largue o faz de conta e se interesse mais pelo basquete. Como o seu pai o deixa sem escolha, Zach abandona de vez a brincadeira, mas não conta o verdadeiro motivo para as meninas. Parece que a amizade deles acabou mesmo...


Carol:

Zach, Poppy e Alice têm doze anos, mas pra eles não existe idade pra parar de brincar, principalmente de boneca. Desde bem pequenos eles brincam juntos, criando histórias para seus personagens, e levando super a sério cada interpretação. Mas tudo vai por água abaixo quando o pai de Zach joga todos os brinquedos dele fora, alegando que ele já está bem crescido pra continuar com aquilo, e que está na hora dele fazer coisas de gente da sua idade, além de se dedicar mais ao basquete.
Zach fica tão irritado com a atitude do pai, que vira as costas pros pais, desejando poder simplesmente sumir do mundo. E sem querer admitir à Poppy e Alice seu sofrimento, ele diz à elas que não quer mais brincar, que cansou e não gosta mais disso. Logicamente, elas ficam inconformadas (além de mega chateadas), e como uma última tentativa, Poppy diz que vai tirar a Rainha do vidro onde a mãe dela nem a deixa chegar perto, só pra eles poderem brincar e resolver todos os problemas de seus personagens.
O primeiro problema, é que Zach não esperava que ela fosse realmente fazer isso. E, o segundo, é que a Rainha não é uma boneca qualquer. Sempre que Zach e Alice iam à casa de Poppy, eles ficavam parados olhando pra ela, morrendo de medo que ela abrisse os olhos ou avançasse neles, de tão aterrorizante que era. E justamente pra reduzir esse medo, eles a introduziram na história, fazendo com que ela comandasse os reinos.
Mas tudo fica realmente estranho quando Poppy conta a eles que sonhou com a boneca. Na verdade, com Eleanor, a garota que habita a boneca e eles descobrem que, de fato, a boneca é feita de ossos e, dentro dela, há um saquinho com suas cinzas, e nesse sonho, tudo o que Eleanor pede é pra que eles a enterrem em seu túmulo. E a partir de então, a aventura começa.

Pra ser sincera, eu não esperava que o decorrer da jornada tivesse tantas reviravoltas. Pra começar, não achava nem que eles fossem entrar num ônibus pra outra cidade, só pra enterrar a boneca! Mas daí eu parei pra pensar, e se eu tivesse meus doze anos novamente, numa situação dessas, eu não faria nada diferente hahaha.

Por isso Zach adorava brincar: aqueles momentos em que ele parecia acessar outro mundo, que parecia mais real que qualquer coisa. Aquilo era algo de que ele não queria abrir mão. Zach preferia continuar brincando daquele jeito para sempre, não importava que já estivessem grandes, embora não achasse que aquilo seria possível.


O livro é narrado em terceira pessoa, mas mais voltado à Zach e seus pensamentos. Eu já esperava que fosse ser assim, pois a série White Cat da mesma autora também é narrada pelo personagem masculino.
A princípio, ele não acredita em quase nada que Poppy diz e acha que essa história é só invenção delas pra fazer com que ele voltasse a brincar com elas, e o único motivo que o incentivou a topar essa doidera foi precisar de paz e distância de seus pais até seus nervos acalmarem.
Zach é um personagem bem sensato, que mesmo sabendo que todo aquele sufoco tinha surgido a partir dele (porque se não fosse por isso, Poppy nem teria tirado a boneca do armário de vidro), foi o único que conseguiu manter o equilíbrio entre os três enquanto as duas só sabiam brigar, já que Alice queria desesperadamente voltar pra casa, se não ficaria de castigo eternamente, e Poppy queria seguir até o fim, com ou sem eles.

Eu realmente aaaamo a escrita da Holly Black. É tão envolvente que faz a história fluir tão naturalmente que a gente acaba o livro e fica se perguntando como o tempo passou tão rápido. Eu amei várias das passagens, principalmente onde ela cita os ditados do tipo que se você estremece, é porque estão pisando no seu futuro túmulo, hahaha eu realmente adoro esse tipo de coisa.
Quando era criança, fazia tanta besteira querendo me comunicar com o além e fantasmas que não sei como não acabei arranjando problema pra mim mesma, então talvez por esse fato, eu esperava bem mais terror no livro. Quer dizer, lógico, a Rainha é assustadora, mas... É aquilo que chamam de espírito bom, sabe? Que realmente só quer descansar em paz, não ficar aprontando e atazanando a vida deles eternamente.
Então, por um lado, eu gostei de como a Holly retratou o assunto, de forma leve e bem criativa, sem dar pesadelos aos leitores. Mas por outro, talvez eu estivesse esperando algo estilo Stephen King, então fiquei procurando o terror que me tiraria o sono até a última página haha :(

Leeh:

Eu realmente não esperava que a Carol me fizesse escrever essa resenha junto com ela hahaha Mas vamos lá né, já que ela já contou da história, vou falar mais o que eu achei, pra não ficar repetitivo.

Ele se perguntava se crescer era descobrir que a maioria das histórias não passavam de mentiras.

Esse provavelmente foi um dos quotes que eu mais gostei, porque... É tão a vida real.

E eu devo ser sincera... O começo do livro estava se arrastando pra mim. Muito. Acho que peguei no tranco mesmo lá pela página 60, porque pra quem já leu a série de Gata Branca que a Rocco está lançando no Brasil agora, sabe que logo na primeira cena o livro nos cativa, prende e não larga nunca mais.
E Boneca de Ossos por ser voltado por um público um pouco mais jovem, não foi bem assim. E eu tava com verdadeira dificuldade de continuar com a leitura, o que me magoou muito, porque eu amo de paixão a tia Holly.
Assim, com muita forçafocofé eu continuei lendo e não me arrependi. De fato é uma leitura mais suave e mais juvenil do que a série Gata Branca, não esperem que o Zach seja o Cass, porque ele realmente não é. Mas também é um personagem bem cativante. E juro que vou tentar parar com as comparações.

A ideia da Boneca de Ossos com as cinzas dentro é uma coisa muito, muito, MUITO genial. Sem brincadeira, a parte em que isso é explicado, quando eles lêem sobre a história e etc, meu deus, eu arrepiei e fiquei pensando em como aquilo poderia servir de base para uma história mais madura e virar um filme de terror muito bem bolado. Afinal, porcelana feita de ossos humanos? Não era de se esperar menos de uma mente como a de Holly. Eu amo essa mulher!

Enfim... Devo dizer que é um livro mais juvenil, sim, mas com muitas reviravoltas e vale a pena; só não fiquem como eu, esperando um novo Cass e uma nova Lila, porque não. Eles são únicos.

Agora, eu sinceramente espero nunca achar uma boneca de ossos. Nunca. Mesmo. Já passei da fase de brincar com tabuleiro de Ouija e brincadeira do compasso, não quero mais, mãe, obrigada! Hahahah


Nota: 5


Música do dia:


Sobre mim: Carolina Rodrigues, 19 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.
Sobre mim: Letícia Proença (Leeh), 20 anos, estudante de Medicina Veterinária em Botucatu, até hoje não sabe como leva a graduação e a paixão por sites e livros lado a lado. Canceriana louca, gostaria de saber como aumentar as horas do dia para poder fazer tudo o que gosta.

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