Conselho de Amiga


Nome: Conselho de Amiga
Autora: Siobhan Vivian
Editora: Novo Conceito
Livro: Skoob
Sinopse:
Ruby está completando 16 anos... mas o dia especial não é tão doce quanto foi planejado. Seu pai desaparecido há muito tempo aparece e Ruby não quer ter nenhuma relação com ele. Ao contrário, ela quer sair com seus amigos — a leal Beth, a perigosa Katherine e a fofoqueira Maria. Elas dão muitos conselhos a Ruby — sobre garotos, seu pai e como ela deve se vestir e como deveria estar se sentindo. Mas, na verdade, ela não sabe o que pensar ou sentir. Especialmente quando um novo garoto entra em cena... e Ruby descobre que algumas de suas amigas não são tão verdadeiras quanto dizem.


Acho que não devo ser a única a examinar essa capa e imaginar algo bem feminino e até delicado, pela cor suave. Mas não é o caso.
A mãe de Ruby prepara um bolo e uma festa simples só pras 'melhores amigas' dela para comemorar os 16 anos da filha. Só que na cabeça de Ruby, ela não vê a hora de aquilo terminar e sair com as amigas para se divertir. Teria sido melhor, se durante os parabéns, seu pai não aparecesse lhe entregando flores de presente, após ter sumido por anos quando se divorciou da mãe dela.
Até aí, tudo bem, dá pra compreender. Mas a aparição dele é tão repentina, e sem grandes motivos ou emoções, que decepciona bastante. E a autora conta a passagem do acontecimento de uma forma muito rápida, evitando os detalhes, o que faz perder totalmente o clima, ou o choque de 'Oh meu deus, ele apareceu! E agora, o que ela vai fazer?'
Na verdade, ela simplesmente agradece e sai de casa sem dar satisfação à mãe, e sendo seguida pelas amigas. Nada de rancor ou dor por tê-lo revisto, apenas confusão. Quanto às amigas dela, a única verdadeira é a Beth, que é sua melhor amiga de infância, e sempre esteve ao seu lado em todos os momentos. Maria não é fofoqueira como a sinopse cita, ela é a mais animada. E Katherine é completamente o oposto do mundo que eu imaginava pra história. Apesar de ter uma ótima aparência, fuma, e se tornou amiga delas somente pois estava passando por problemas familiares, e Beth a acolheu, assim pedindo para que Ruby e Maria compreendessem e a deixassem entrar no 'grupo'. Mas Katherine é muito diferente delas, seu jeito é mais rude e não parece se importar muito com a opinião dos outros.
De verdade, eu não sei nem porque diabos elas andavam juntas. Não considerei esse um motivo suficiente pra alguém que era popular no colégio e de repente decidiu ficar mais com elas, que não tinham grande presença na escola.
Vou me basear mais na sinopse, pois, dali, dá pra retirar todos os detalhes pra explicar a vocês como se desenrola a história. Quanto aos conselhos, é verdade, mas acabam se intrometendo até demais na vida delas. Katherine, então, faz perguntar indecentes sobre a relação dela com o pai, sendo que ela mesma tem os problemas com os pais, e devia ser a primeira a não falar absolutamente nada e respeitar. Sobre garotos, Beth sempre tentou jogar Ruby pra eles, na tentativa de que ela desse o primeiro beijo, mas Ruby não se sentia a vontade pra fazer isso com quem não tinha química. E quando ela conhece Charlie, o garoto que ela realmente se atrai e se apaixona facilmente, Beth parece ter ciumes e sempre reclama quando ela dá preferência a sair com o namorado do que com a melhor amiga. Dá pra entender?!

- O que aconteceu? - Charlie me pergunta, enquanto sobe na árvore.
- Estou muito confusa. Por tudo. Por nada. - Vou até o lado oposto, mesmo que não seja muito longe.
Conversar com Charlie é diferente de conversar com Beth. Ele não fica concordando comigo o tempo todo. E o melhor de tudo, não me interrompe para dizer as coisas pessoais dele, ou tentar forçar-me a ver tudo como ele vê. Ele só escuta. Gosto disso. E minha cabeça, que geralmente está avessa a mudanças ou que geralmente faz o que se espera, parece que está reverberando tudo aquilo e que vai explodir de loucura, liberação e alívio.


O que a princípio parecia um sentimento tão irrelevante, Ruby ao decorrer da história, se demonstra cada vez mais triste pela volta do pai, e terrivelmente curiosa pra saber onde ele esteve por todo esse tempo, o que realmente aconteceu entre seus pais, e o motivo de ele ter voltado. Com a ajuda de Charlie, ele lhe dá coragem pra ir atrás dessas respostas, e sem querer, força até para que ela descubra que suas amigas não são tão fieis quanto ela imagina.
Mas é algo complexo, porque o livro não é tão agressivo como a frase na capa condiz ser. Não é como se elas tivessem a traído, ou julgado, ou feito gozação dela, ou algo de tão absurdo assim. Elas só queriam protegê-la, sem saber que estavam causando o mal dela. E o único que realmente ajudou ela, ela só demonstra ser exatamente como as amigas. Não vou explicar o porque, pois acabaria contando demais e aliás já estou contando, então vou me manter calada. Mas não tem mais além disso. De verdade, o livro não é tão grande, e tem pouco contexto em si, só se trata dos dias dela com as amigas, do que ela vai descobrindo (que demora, e não são muitas coisas), e sobre os pais dela.
Eu tinha esperanças maiores, confesso. O kit é muito lindo, eu amei! Vem numa caixinha em formato de caderno, tão gracioso! E a capa em si, é muito adorável. Pena a história não ter me conquistado tanto assim. Não gostei muito de nenhuma das personagens, acho que existem vários tipos de amizades, e as delas não parecia ser tão real assim, ao menos se você levar em conta as quatro juntas. É uma leitura rápida, mas eu não apreciei a escrita da autora. Ela não aprofunda os detalhes, e não consegue achar um ponto certo nos sentimentos - ou é muito exagerado, ou quase nada. Concluo que a história podia ser boa, se a autora soubesse abordar mais sobre o assunto, e construir de uma forma melhor.

Nota: ★★★☆☆

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